Os avós de Jesus e de todos nós

Celebramos neste mês a festa de Sant’Ana e São Joaquim, os avós de Jesus e os pais da Bem-aventurada e sempre Virgem Maria. Queremos olhar para Sant’Ana e São Joaquim a fim de reconhecermos a importância dos nossos antepassados na fé, nos valores e nos princípios que nós temos para a nossa vida.

São Joaquim é o nome que o primeiro Cardeal da América Latina deu à residência dos cardeais do Rio de Janeiro. Santana é padroeira secundária de nossa Arquidiocese. Foi também nesse dia que o Papa Francisco fez um belo pronunciamento da sacada da Residência arquiepiscopal do Rio de Janeiro durante a sua primeira visita apostólica internacional durante a JMJ Rio 2013. Ele, durante a vinda para esse pronunciamento fez questão de cumprimentar pelas ruas as pessoas idosas, e, recordo em especial, de uma senhora de 100 anos que estava a esperar o Santo Padre em sua passagem pela Rua da Glória. Ao início deste mês tive a graça de poder celebrar o Círio de Santana em Óbidos no Pará ao iniciar as comemorações da Festa da Padroeira daquela Diocese amazônica e vi com muita alegria a piedade e entusiasmo do povo de Deus ao celebrar essa solenidade. Agradeço a Deus por poder participar desse belo momento da Igreja do Norte do Brasil.

Os avós são um tesouro na família. Por favor, cuidem dos avós, amem-nos e façam com que conversem com as crianças!
Papa Francisco‏

Após a reforma pós-conciliar do calendário litúrgico passamos a celebrar no mesmo dia os pais de Nossa Senhora. É uma data que nos remete aos antepassados e, em especial aos nossos avós. Quando celebramos o vovô e a vovó de Jesus, nós também celebramos os nossos avós. Que grande importância eles tiveram na vida de cada um de nós! E também as várias gerações anteriores, bisavós, tataravós e todos aqueles que vieram antes de nós têm grande importância em tudo o que nós somos hoje.

Nós queremos reconhecer a importância e o valor que os mais idosos têm e, o melhor modo de fazer isso é ao rejeitar a cultura do descartável. Porque essa cultura é terrível por procurar descartar as pessoas quando elas não têm mais utilidade. Segundo a qual o importante é aquilo que é útil e aquilo que produz; e deixa de reconhecer aqueles que muito produziram, deram muito de si, trabalharam para construir a família, para edificar a nação e que são, na verdade, nossos pais na fé. Eu louvo e agradeço muito a Deus, mesmo tendo convivido apenas com minha avó materna, porque sei que foram eles que ensinaram muito aos nossos pais os verdadeiros valores evangélicos, que foram transmitidos a nós, porque eles os aprenderam deles.

O Papa Francisco em uma catequese de 4 de março 2015 disse que: “Na tradição da Igreja, há uma riqueza de sabedoria que sempre apoiou uma cultura de proximidade aos idosos, uma disposição ao acompanhamento afetuoso e solidário nesta parte final da vida. Tal tradição está enraizada nas Sagradas Escrituras, como atestam, por exemplo, estas expressões do Livro do Eclesiástico: “Não desprezes os ensinamentos dos anciãos, pois eles aprenderam com seus pais. Estudarás com eles o conhecimento e a arte de responder com oportunidade” (Eclo 8, 11-12)”. Valorize, incentive, busque conviver, estar junto e reconhecer a importância que eles têm para a sua história e para a sua vida.

Segundo a tradição, os avós maternos de Jesus são Ana e Joaquim. Porém deles não encontramos nenhuma notícia na Bíblia. As únicas informações que temos sobre os pais de Maria são contados pelo Proto-Evangelho de Tiago, um evangelho apócrifo (um dos livros que não foram incorporados à Bíblia). Este texto, escrito no século II depois de Cristo, fala dos momentos mais importantes da vida de Nossa Senhora: o matrimônio dos pais Joaquim e Ana, a concepção depois de 20 anos sem ter filhos, o nascimento e a apresentação ao Templo de Jerusalém. Todos esses acontecimentos são inseridos dentro do contexto histórico da cidade de Jerusalém.

Narra-se que Joaquim tinha sido reprimido pelo sacerdote Rúben por não ter filhos. Mas Ana, sua mulher, já era idosa e estéril.  Confiando no poder divino, Joaquim retirou-se ao deserto para orar e meditar. Ali um anjo do Senhor lhe apareceu, dizendo que Deus havia ouvido suas preces. O casal teria morado em Jerusalém, ao lado da piscina de Betesda, onde hoje se ergue a Basílica de Santana; foi lá que nasceu a menina que foi chamada de Miriam, que em hebraico significa Senhora da Luz, traduzido para o latim como Maria.

A devoção a Santa Ana e São Joaquim é muito antiga no Oriente. Eles são cultuados desde o início do cristianismo. No ano de 1584, o Papa Gregório XIII fixou a data da festa de santa Ana em 26 de julho. Na década de 1960, o Papa Paulo VI juntou a essa data a comemoração a São Joaquim. Por isso, no dia 26 de julho se comemora também o “Dia dos Avós”.

Nos evangelhos, não temos nenhuma referência a genealogia de Maria. A genealogia de Jesus detalhada no primeiro capítulo de Mateus é construída em base à genealogia de José, que descende de Davi, como também sublinha Lucas 1,27. De Maria se diz que era uma virgem, esposa de José.

As informações transmitidas pelos textos apócrifos suprem algumas notícias histórias que não estão nos os Evangelhos. Mas, é difícil dizer se os apócrifos transmitem fatos históricos ou são interpretações e releituras dos fatos; no entanto, este material nos ajudam a entender a teologia e a vida das primeiras comunidades cristãs. Ao mesmo tempo, lemos esses textos com o olhar crítico, visto que dificilmente podemos fundamentar teorias históricas baseadas nesses livros.

Rezemos:

Ó São Joaquim e Santa Ana, protegei as nossas famílias desde o início promissor até à idade madura repleta dos sofrimentos da vida e amparai-as na fidelidade às promessas solenes. Acompanhai os idosos que se aproximam do encontro com Deus. Suavizai a passagem suplicando para aquela hora a presença materna da vossa Filha ditosa a Virgem Maria e do seu Filho divino, Jesus! Amém.

 

CNBB
Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)

Agosto, o mês de rezar por todas as vocações

Agosto: mês de rezar por todas as vocações na construção de uma cultura vocacional

A Igreja no Brasil celebra todos os anos durante o mês de agosto, o Mês Vocacional e os quatro domingos já contam com sugestões de oração, que foram elaboradas pela Pastoral Vocacional do Brasil em parceria com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Este ano, a temática é “Seguir Jesus a luz da fé” e o lema: “Sei em quem acreditei” (2Tm 2,12).

“O objetivo principal é animar e reanimar as comunidades, paróquias e dioceses que rezem pelas vocações de forma especial incentivando as orações e promovendo as vocações em cada realidade e da sua maneira”, destaca o coordenador nacional da Pastoral Vocacional, padre Elias Aparecido da Silva.

Nesse contexto, cada domingo do mês de agosto é dedicado à celebração de uma determinada vocação. No primeiro, celebra-se sacerdócio e os ministérios ordenados; no segundo, o matrimônio junto à semana da Família; no terceiro, a vida consagrada, e por fim, no quarto, a vocação dos Leigos. Cada oração tem comentário inicial, preces e oração final. O material e o cartaz já estão disponíveis.

Padre Elias convida os fieis a celebrar esse mês vocacional na sensibilidade da oração, colocá-lo como intenção no seu terço, no grupo de oração. Segundo o padre, cada um pode rezar do seu modo de rezar e promover a vocação em suas comunidades.

Na abertura do mês vocacional, também será lançado o texto base do 4º Congresso Vocacional do Brasil que vai acontecer de 5 a 8 de setembro de 2019, em Aparecida (SP), cujo tema será: “Vocação e discernimento”.

O mês vocacional foi instituído em 1981, pela CNBB, em sua 19ª Assembleia Geral. O objetivo principal era o de conscientizar as comunidades da responsabilidade que compartilham no processo vocacional.

CNBB

Sugestões para a Campanha da Fraternidade 2018 na catequese

01 – Organizar formação para as catequistas sobre o tema da Campanha e combinar o que a catequese irá fazer.
Pensar em ações transformadoras, mesmo que sejam pequenos gestos. Podem ser utilizados vídeos formativos sobre a CF-2018 na formação.

02 – Utilizar o subsídio para Encontros Catequéticos com crianças e adolescentes e Jovens na CF para a Crisma, disponibilizados pela CNBB (verificar na sua paróquia ou comunidade). Lembrar que com crianças o tema precisa ser trabalhado de maneira especial. Por isso, o subsídio da CF ajudará muito.

03 – Organizar um painel com imagens de violência, de um lado e de outro, imagens de situações de paz e reconciliação. O painel poderia ficar num local visível da comunidade ou da paróquia.

Um outro exemplo:

04 – Uma dramatização sobre o tema da violência e a cultura da paz pode ser organizada pelos jovens da crisma ou já crismados.
A apresentação poderia ser feita para as crianças e também os adolescentes.

05 – Ressaltar testemunho de pessoas que trabalham pela paz, pela não violência. Descobrir projetos pela cultura da paz e apresentar a pais e catequizandos, sobretudo jovens e adultos.

06 – Utilizar histórias infantis sobre o tema: Veja aqui

07 – Incentivar a produção de poemas, pinturas, maquetes, paródias e músicas.

08 – Filmes para ajudar na reflexão (para jovens e adultos):
– Elysium
– Rede Social
– O pianista
– Flores do oriente
– O quarto poder
– Dormindo com o inimigo

09 – Músicas que podem ajudar na reflexão:
(Se puder use sempre músicas católicas)
– Violência
– Cantando a paz no mundo
– Paz – Pela paz a gente berra
– Sal da terra

10 – Na internet:
Indicar vídeos para o catequista trabalhar o tema (sobretudo para adolescentes e jovens):

Que exploração é essa?
Que abuso é esse?

11 – Outras sugestões:

Mais

– Promover uma caminhada pela paz.
– Identificar pastorais sociais da Igreja no Brasil que trabalham contra a violência.
– Verificar o que a comunidade pode fazer para conscientizar as pessoas sobre a questão  da violência.
– Organizar grupos de conversa sobre o tema da CF-2018.
– Buscar parcerias com órgãos públicos no combate e no acompanhamento de pessoas que sofreram violência.

Tem mais sugestões, envie pra gente!

 

Lucimara Trevizan
catequesehoje.org.br e
Adaptação, ilustração e revisão
Portal Kairós

Nossas crianças na Campanha da Fraternidade 2018

Cartaz original da CF 2018 para colorir:

 

Atividades – Catequese infantil Campanha da Fraternidade 2018:

Visite:
Fonte – http://catequizarcomjesus.blogspot.com.br/

 

Em alta resolução (300px), você pode mandar imprimir do tamanho que quiser.
Arquivo em PDF e Photoshop (que você pode ver ou imprimir as peças separadas).
Depois é só recortar com estilete.

 

Quebra-cabeça do Cartaz da CF 2018 – 20 peças:

Quebra-cabeça do Cartaz da CF 2018 – 48 peças:

Quebra-cabeça do Cartaz da CF 2018 – 80 peças:

 

 

O processo de Iniciação à Vida Cristã, que a Igreja no Brasil assumiu como uma das grandes urgências de sua evangelização, vem despertando muito interesse e empenho de concretização por toda parte.  Uma vez que implica em mudança de paradigma e uso de novas metodologias, encontra também resistências e pedras pelo caminho.

Muitas experiências já em marcha, porém, evidenciam significativos avanços em termos de evangelização e renovação da vida de fé nas comunidades que optaram por esse caminho.

Inspirando-se na experiência catecumenal das primeiras comunidades cristãs, com seus tempos e etapas que envolvem a vida e as celebrações da comunidade, a catequese a serviço da Iniciação à Vida Cristã se caracteriza por ser experiencial, celebrativa e centrada na Palavra de Deus.

Sua principal meta é motivar a experiência do encontro com Jesus Cristo, que desperta para o seu seguimento e discipulado a serviço do Projeto do Reino.

A questão que se levanta em toda parte é: Como implantar esta nova metodologia catequética na paróquia?

Tudo que é novo assusta um pouco, ainda mais quando exige mudança de mentalidade. Neste caso, passar de uma concepção doutrinal para um conceito mais vivencial, tendo como base principal a Palavra de Deus.

É importante perceber que já dispomos de muitos instrumentos de ajuda para isso: O Estudo 97 da CNBB “Iniciação à Vida Cristã”, o caderno “Catequese evangelizadora nº 7” da Coleção à Luz do DNC e, de forma muito especia,l o “Itinerário Catequético: Iniciação à Vida Cristã – Um Processo de Inspiração Catecumenal” – que já está em sua 4ª edição em 2 anos apenas -, traz pistas concretas e o passo a passo de como proceder nas paróquias para entrar nessa caminhada.

Por toda parte do país já temos experiências muito exitosas que causam grande alegria e esperança para a renovação de nossas paróquias. Tanto assim que os bispos escolheram a Iniciação à Vida Cristã como tema central de sua próxima Assembleia Geral. E teremos no final um texto definitivo da coleção “Documentos da CNBB” sobre a temática.

Isso nos dá ainda mais força e certeza de que esse é o rumo que o Espírito Santo está inspirando para a Igreja no Brasil. Mais um motivo para sentir o quanto a catequese ocupa um lugar central em toda a evangelização. Motivação também para nos empenharmos em implantar e aperfeiçoar, aos poucos, esse novo jeito de formar discípulos de Jesus Cristo, nosso grande objetivo.

Vamos juntos abraçar essa causa tão promissora para a animação e nova vitalidade em nossas paróquias!

 

Padre Décio José Walker
Assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética do Regional Sul 3 da CNBB

Resumão do Texto Base da Campanha da Fraternidade 2018

Tema: Fraternidade e superação da violência
Lema: Vós sois todos irmãos (Mt 23,8)

Ver a realidade da violência
Tendo suas residências guardadas por cercas elétricas, guaritas e vigias, cada vez mais também as pessoas se isolam e sentem nisso uma falsa sensação de segurança. O outro é afastado. Mantêm-se distância não só do inimigo, mas também dos possíveis amigos, como os vizinhos. Eis aí um dos maiores desafios contemporâneos no campo da segurança pública: garantir que as políticas públicas tenham em vista o aumento da solidariedade entre as pessoas, ao invés de enclausurá-las, criando empecilhos ou mesmo impedindo relações interpessoais humanizadas.

Um alerta para a sociedade brasileira: Apesar de possuir menos de 3% da população mundial, o Brasil responde por quase 13% dos assassinatos do planeta. Em 2014 foram 59.627 mortes.

As diversas faces da violência – onde há paz e onde há guerra no Brasil

Primeiro fator da paz ou da guerra
Este número expressivo (59.627 mortes violentas no Brasil, em 2014) revela a contradição da imagem que se tem das terras brasileiras como espaço de povo pacato e ordeiro. Normalmente esta ideia surge onde o Estado se faz presente, justamente nos lugares onde residem pessoas endinheiradas, que podem pagar por segurança particular, também contam com maior presença da segurança estatal. Nas periferias há ausência da segurança estatal ou só acontece quando há uma operação de combate a isso ou aquilo. Nestes ambientes os moradores são entregues a grupos armados, ao tráfico de drogas, etc.

Segundo fator da segurança ou insegurança
O dinheiro demarca onde há paz ou guerra no Brasil. Quem pode pagar por segurança privada tem privilégios no espaço urbano. Visto nesta perspectiva, a segurança se torna um privilégio para poucos.

Terceiro fator da violência no brasil
O acesso à Justiça, na plenitude que a palavra “justiça” pode abarcar, acontece somente para aqueles que podem pagar bons advogados.

Um dado alarmante para refletir
Mais da metade da população carcerária, mesmo depois de anos presa, ainda não compareceu diante de um juiz para julgamento.

A cultura da violência
Na cultura da violência costuma-se atribuir a culpa à vítima. Por exemplo, a estuprada é vista como mulher que se veste de forma imoral ou por não se dar ao respeito. O adolescente, por ser drogado, sofre o que merece e, muitas vezes, a morte. A cultura da violência tende a separar os bons dos maus. Comumente os maus estão nas classes inferiores ou em indivíduos situados em circunstâncias muito particulares, tais como imigrantes, migrantes ou os que têm orientação sexual diferenciada.

A cultura da violência que gera a política pautada na violência

Existem hoje, no Congresso Nacional, parlamentares identificados com segmentos econômicos e sociais fortemente interessados em propostas potencialmente geradoras de violência. Eis alguns exemplos:
– Políticos defendem o uso de arma de fogo pela população civil sustentando tratar-se de um direito natural, o da autopreservação.
– A corrupção é a expressão de que o dinheiro está em primeiro lugar, colocando em segundo plano a dignidade da vida humana.

Não há da parte da maioria dos políticos uma efetiva conscientização da população para que participe da atividade política para além do voto. Para inibir a maioria da população na participação política, vários políticos criminalizam os movimentos sociais que têm pontos de vista diversos daqueles que desejam aprovar projetos mais voltados aos interesses econômicos (dinheiro) que ao bem comum dos cidadãos.

As vítimas da violência no Brasil hoje

No mapa da violência 2016 constata-se que morrem muito mais pessoas negras que brancas. Isso pode ser verificado nos homicídios cometidos contra jovens. Em 2011 houve quase 28.000 assassinatos de jovens. Destes, quase 20.000 vítimas eram compostas por jovens negros.

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