Jovens na CF 2022: A educação, reflexo do amor de Deus

Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude

Jovens na CF 2022

Educar é uma ação divina, porque coloca em prática dons de Deus e visa o bem comum. Nesta quarta-feira (2), a Igreja no Brasil inicia a Campanha da Fraternidade (CF), tempo de reflexão que engrandece a Quaresma no país com temas de interesse pastoral e social. Impulsionada pelo Pacto Educativo Global, a campanha deste ano tem o tema “Fraternidade e Educação” e o lema “Fala com sabedoria, ensina com amor” (Pr 31,26).

O tema – já abordado em duas ocasiões pela campanha, em 1982 e 1998 – foi escolhido com o objetivo de abordar o aspecto específico da problemática educacional e refletir sobre os fundamentos do ato de educar na perspectiva católico-cristã, porque “a educação será ineficaz e os seus esforços estéreis se não se preocupar também em difundir um novo modelo relativo ao ser humano, à vida, à sociedade e à relação com a natureza”, como nos provoca o Papa Francisco na encíclica Laudato Sí’.

“Ao longo da caminhada quaresmal, em que a conversão se faz meta primeira, recebemos o convite para buscar os motivos de nossas escolhas em todas as ações e, por certo, naquelas que dizem respeito mais diretamente ao mundo da educação”, traz a apresentação do texto-base da CF.

Jovens na CF 2022

Apesar da importância da educação ser algo para todas as idades, a temática da educação é algo muito relacionado ao mundo jovem, já que grande parte da vida escolar formal se dá nessa fase da vida. Como nos anos anteriores, a CNBB lançou um subsídio específico para os jovens vivenciarem a Campanha da Fraternidade.

O material é destinado aos grupos de jovens e idealizado para ampliar a reflexão sobre a indispensável relação entre fraternidade e educação, com o objetivo de encorajar o engajamento desse importante público nas questões apresentadas pelo tema e pelo lema da campanha. O subsídio está disponível para compra na sua livraria católica.

Dom Nelson Francelino Ferreira, bispo de Valença (RJ) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, conclama os jovens de todo o país para um protagonismo desse novo cenário de educação que há de brotar com todo empenho em busca de uma educação que gere vida e vida em plenitude.

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A Campanha da Fraternidade e a Quaresma 2022

Quaresma 2022

A Quaresma 2022

Quaresma é tempo favorável para a conversão do coração. Converter-se é também sair do individualismo, romper com a indiferença, vivendo a solidariedade em diálogo e como compromisso de amor. Coração transformado pelos exercícios espirituais que nos conduzem à
celebração da Páscoa de Jesus Cristo. Um convite à transformação interior que tem incidências concretas no cotidiano.

Desde 1964, a Igreja no Brasil promove a Campanha da Fraternidade como um dos modos de viver a espiritualidade quaresmal. Uma Campanha que contribui para uma mudança de vida profunda que nos leva, não somente a pedir a Deus perdão por nossos pecados, mas a unir forças na construção de uma sociedade que corresponda à mensagem do Evangelho (cf. Mc 1,15).

A Campanha da Fraternidade tem como grande objetivo despertar a solidariedade dos fiéis em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos de solução à luz do Evangelho. A cada ano é escolhido um tema, que define a realidade concreta a ser transformada, e um lema, que explicita em que direção se busca a transformação. O Evangelho possui uma irrenunciável incidência social. “Deus está interessado no bem-estar completo do homem, e por isso também no desenvolvimento da comunidade na qual o homem participa de muitos modos”.

A Campanha da Fraternidade é realizada no tempo da quaresma 2022, porém, não se reduz a ele. Celebrando o amor redentor, a Páscoa de Jesus Cristo deve nos levar, já nesta vida, a passar de um mundo não fraterno, marcado pelo pecado, nas suas expressões de injustiças, omissões e opressões, para uma sociedade de irmãos. Em 2022, os bispos do Brasil nos fazem um convite de singular importância: à luz da fé, queremos refletir sobre a educação em nosso país, convictos de que ela é indispensável para a construção de um mundo mais justo e fraterno.

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Apresentando a Campanha da Fraternidade 2022

Campanha da Fraternidade 2022

A Campanha da Fraternidade 2022

Educar é um ato eminentemente humano. Somos renovados quando aprendemos mais a respeito da vida e seu sentido, quando nos ensinam novos conhecimentos e quando, percebemos que em nós existe a profunda sede de aprender e ensinar.

Educar é também uma ação divina. A Bíblia nos mostra a história de um Deus que educa seu povo, caminhando com ele, compreendendo suas fragilidades, respeitando suas etapas e alertando diante dos erros. Quando contemplamos as ações e palavras de Jesus, encontramos um caminhar educativo. Sua presença atenciosa junto às pessoas, a relação entre os milagres e a conversão, o uso de exemplos recolhidos do cotidiano, tudo, enfim, nos apresenta Jesus como o grande educador.

É, pois, com essa certeza que a Campanha da Fraternidade 2022 nos convida a refletir sobre a indispensável relação entre fraternidade e educação. Já tendo, por duas vezes, se debruçado sobre essa relação (1982 e 1998), a realidade de nossos dias fez com que o tema educação recebesse destaque, dentre os vários sugeridos, e fosse escolhido para mais uma Campanha da Fraternidade.

De fato, o mundo e nele o Brasil estão diante de um desafio: redescobrir caminhos para uma reconstrução que não é parcial, mas global; que não atinge somente alguns aspectos, mas que deve chegar às raízes do modo como pessoas e povos compreendem e organizam a totalidade da vida. O mundo de nosso tempo precisa encontrar caminhos para se reconstruir, ouvindo os clamores dos vulneráveis em uma casa comum cada vez mais vulnerabilizada. Por isso, pergunta-nos o Papa Francisco: “O que acontece quando não há a fraternidade conscientemente cultivada, quando não há uma vontade política de fraternidade, traduzida em uma educação para a fraternidade, o diálogo, a descoberta da reciprocidade e o enriquecimento mútuo como valores?”

Roma – O afresco Jesus no ensino na igreja Santa Maria em Monticelli

Trata-se, portanto, de uma Campanha da Fraternidade em forte linha de continuidade com os temas que nos vêm sendo propostos pelo menos desde 2018, quando éramos convidados a encontrar caminhos para a superação da violência. Esses caminhos passam por políticas públicas (CF 2019), fundados na ética do cuidado (CF 2020), em profunda atitude de diálogo (CFE 2021). Nada disso poderá, entretanto, ocorrer se não se considerar a importância da educação: educarmo-nos para o cuidado dialogal, nas relações interpessoais, e para o compromisso socioambiental; educarmo-nos para a redescoberta das motivações mais profundas ao próprio ato de educar.

Essa é a razão pela qual, em 2022, mais do que abordar um ou outro aspecto específico da problemática educacional, a Campanha da Fraternidade nos convoca a refletir sobre os fundamentos do ato de educar. Ao longo da caminhada quaresmal, em que a conversão se faz
meta primeira, recebemos o convite para buscar os motivos de nossas escolhas em todas as ações e, por certo, naquelas que dizem respeito mais diretamente ao mundo da educação. Leia mais

Oração da Campanha da Fraternidade 2022

Oração da Campanha da Fraternidade 2022

Pai Santo, neste tempo favorável de conversão e compromisso,
dai-nos a graça de sermos educados pela Palavra que liberta e salva.

Livrai-nos da influência negativa
de uma cultura em que
a educação não é assumida como ato de amor aos irmãos
e de esperança no ser humano.

Renovai-nos com a vossa graça para vencermos
o medo, o desânimo e o cansaço,
e ajudai-nos a promover uma educação integral, fraterna e solidária.

Fortalecei-nos, para que sejamos corajosos
na missão de educar para a vida plena em família,
em comunidades eclesiais missionárias,
nas escolas, nas universidades e em todos os ambientes.

Ensinai-nos a falar com sabedoria e educar com amor!
Permiti que a Virgem Maria, Mãe educadora,
com a sabedoria dos pequenos e pobres,
nos ajude a educar e servir
com a pedagogia do diálogo, da solidariedade e da paz.

Por Jesus, vosso Filho amado,
no Espírito, Senhor que dá a vida.

Amém.

CNBB / Portal Kairós

Campanha da Fraternidade 2023 voltará a tratar do tema da fome

O Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) definiu, na tarde desta sexta-feira, 17 de dezembro de 2021, o tema e o lema da Campanha da Fraternidade (CF) de 2023.  A escolha do tema “Fraternidade e Fome” se deu a partir da consulta feita ao Povo de Deus realizada por meio de plataformas pela internet. O lema escolhido foi “Dai-lhes vós mesmos de comer!” (Mt 14,16).

De acordo com o secretário-executivo de Campanhas e subsecretário-adjunto geral interino da CNBB, padre Patriky Samuel Batista, as mais de cinco mil respostas foram discernidas levando em consideração o objetivo da Campanha da Fraternidade: “Despertar a solidariedade nos fiéis e na sociedade em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos de solução à luz do Evangelho”.

Padre Patriky reforça que a CF é celebrada no período quaresmal e convida os católicos a imitarem a misericórdia do Pai repartindo o pão com os necessitados, fortificando nosso espírito fraterno.

A Igreja e o tema da fome

O tema da fome foi abordado na Campanha de 1985. Dois grandes eventos marcaram a Igreja no Brasil em 1985: a realização do 11º congresso Eucarístico Nacional realizado em Aparecida (SP) e a Campanha da Fraternidade. Ambas as iniciativas receberam o mesmo lema “pão para quem tem fome”. Um dos grandes temas refletidos foi o cenário da fome apresentado como “um problema crucial”.

“Quase 40 anos depois contemplamos um triste e semelhante cenário. A cada dia fica mais evidente que a pandemia sanitária da Covid-19 agravou a situação de insegurança e vulnerabilidade social”, reforça o coordenador de campanhas da CNBB.

Na Fratelli Tutti, o Papa Francisco fala do escândalo da fome e chama o atual sistema de assassino: “As crises sociais, políticas e econômicas fazem morrer à fome milhões de crianças, já reduzidas a esqueletos humanos por causa da pobreza e da fome; reina um inaceitável silêncio internacional”(n.29).

O Santo Padre adverte ainda que “a política mundial não pode deixar de colocar entre seus objetivos principais e irrenunciáveis o eliminar efetivamente a fome. Com efeito, quando a especulação financeira condiciona o preço dos alimentos, tratando-os como uma mercadora qualquer, milhões de pessoas sofrem e morrem de fome… a fome é criminosa e a alimentação é um direito inalienável”(n.189)

CNBB / Portal Kairós