Reflexão e sugestão para a Missa do 31° Domingo do Tempo Comum 2021 do Ano B

Para o dia: 31/10/2021 – Outubro

Missa do 31° Domingo do Tempo Comum 2021 – Ano B

Dt 6,2-6; SI 17; Hb 7,23-28; Mc 12,28b-34

31° Domingo do Tempo Comum 2021

SAN GIMIGNANO, ITÁLIA – 11 de julho de 2017: Afresco da Renascença representando Jesus Cristo, como um menino entre os doutores no Templo de Jerusalém, na Collegiata de San Gimignano, Itália.

O fio condutor das leituras deste domingo é a vivência da Aliança. Esse pacto entre Deus e o povo pode ser entendido assim: Deus é o único do povo, e o povo será de Deus. Isso implica construir uma sociedade justa e igualitária, em que predomine a vontade de Deus, manifestada nos mandamentos. Essa é a profissão de fé narrada na primeira leitura. Ao longo da caminhada do povo de Israel, essa Aliança foi se firmando. Cada vez mais o povo percebia a presença de Deus, caminhando com eles. Deus sempre foi fiel a seu Nome.

Por outro lado, o povo nem sempre foi fiel a Deus. Muito cedo abandonou o compromisso de construir relações fraternas e igualitárias. E Deus, na tentativa de uma renovação total e definitiva, enviou seu próprio Filho para estabelecer uma Nova Aliança. É o que nos diz a leitura da carta aos Hebreus. Jesus é o único e verdadeiro sacerdote dessa nova Aliança. É o mediador perfeito por ser o Filho de Deus.

O Evangelho de hoje traz a proposta religiosa de Jesus. Ele retoma o antigo mandamento da Aliança, lembrando a passagem do Deuteronômio. Dessa forma, renova o antigo compromisso assumido pelo povo ainda no deserto: amar a Deus com todo o coração, com toda a alma e com todo o entendimento. Jesus também alerta que apenas essa parte do compromisso não é a totalidade da Aliança. O amor a Deus se revela nas relações fraternas. Não adianta amar, louvar e obedecer a Deus, se se abandonarem os irmãos de caminhada. Jesus ressalta a importância do segundo mandamento.

Isso implica construir relações fraternas, sem o desejo de dominação e de opressão. O compromisso cristão, assumido no dia do batismo, está em construir relações firmes com Deus e com pessoas, que são bem reais. Gente com quem convivemos e trabalhamos. Essas relações amorosas são mais importantes do que qualquer ritual litúrgico, como notou o doutor da Lei que dialogava com Jesus.

Ao perceber que tinha compreendido sua proposta, Jesus o elogia e confirma que ele entrou na dinâmica do Reino. A única porta para se chegar até Deus é o próximo e não há outra.

Sugestões litúrgicas para a Missa do 31° Domingo do Tempo Comum 2021 – Ano B

– Ato penitencial: ressaltar a necessidade de se ter um coração aberto à misericórdia divina e de sermos misericordiosos com os outros.

– Ofertório: pedir para um grupo de jovens levar as oferendas para o altar e permanecer junto dele até o início da Oração Eucarística. Essa procissão pode ser feita em silêncio. O comentarista pode dar o sentido do silêncio, para que, juntamente com as ofertas, façamos a oferta de nosso coração.

– Ação de graças: fazer um momento de louvor, com uma música cantada sem instrumento. Pode ser, por exemplo, a canção “É bom estar aqui mais uma vez, pra louvar e agradecer ao nosso Deus”.

Padre Anísio Tavares, C.Ss.R. / Portal Kairós

Reflexão e sugestão para a Missa do 30° Domingo do Tempo Comum 2021 do Ano B

Para o dia: 24/10/2021 – Outubro

Missa do 30° Domingo do Tempo Comum 2021 – Ano B

Jr 31,7-9; SI 125; Hb 5,1-6; Mc 10,46-52

30° Domingo do Tempo Comum 2021

Dia das Missões 2021 e da Infância Missionária

As leituras de hoje querem reforçar em nós a esperança. Na caminhada da vida, não podemos perder a esperança, nem desanimar diante das dificuldades e dos desafios. Deus atende o grito dos pobres. Não podemos parar de gritar, mesmo se as lágrimas do desânimo e do desespero estiverem caindo. É isso que nos diz, na primeira leitura, o profeta Jeremias. Nossos gritos de angústia se transformam em gritos de alegria, porque Deus acolhe nossas dores e nos promete a salvação.

A presença de Deus, segundo Jeremias, manifesta-se na acolhida aos excluídos e marginalizados, como os cegos e aleijados, nas pessoas que são portadores de esperança, como a mulher grávida. Os pobres não perdem a esperança e, teimosamente, continuam a esperar um gesto salvador da parte de Deus. Essa mensagem é rezada no Salmo de meditação, que canta a alegria e a esperança do povo, que, ao retornar do exílio, no caminho de volta, supera todas as dificuldades e vence grandes desafios. Na procissão do retorno, o povo canta a fidelidade de Deus e a grandeza de seu nome.

Toda essa mistura de sentimentos de abandono e dor, de esperança e alegria está presente no episódio narrado pelo evangelho de hoje. É o último milagre de Jesus no evangelho de Marcos. Bartimeu é o símbolo da exclusão. Ele é um mendigo cego, vivendo fora do caminho. Naquela época, qualquer pessoa com algum defeito físico era excluída pela religião oficial. Mas Bartimeu não se entrega. Quando escuta que Jesus está passando, ele grita forte, pedindo atenção e salvação. As pessoas que seguem Jesus cometem um grave pecado: tentam abafar o grito do pobre que suplica. Mas Bartimeu grita mais forte, e seu grito chega até Jesus, que o chama.

As pessoas então mudam de opinião e o incentivam a entrar no caminho e chegar até Cristo. Ao responder ao chamado, Bartimeu “deixa de lado seu manto”. Jesus pergunta: “O que você quer que eu faça por você?” Não basta gritar; tem de saber por que grita! Diante de Jesus, Bartimeu pede para ver de novo. Ele se torna o exemplo do verdadeiro discípulo, porque rompe com suas seguranças, pede para recuperar a visão. Uma vez atendido, Bartimeu entra no seguimento de Jesus, em direção a Jerusalém. Jesus não disse: “eu te curei”. Mas disse: “a tua fé te curou!”

Sugestões litúrgicas para a Missa do 30° Domingo do Tempo Comum 2021 – Ano B

– Antes da procissão de entrada: pode-se ler a mensagem do Papa para este dia. Assim, encerrando-se o Mês das Missões , reafirma-se o envio da Comunidade cristã como missionária no mundo.

– Ofertório: podem-se destacar as várias equipes de pastoral na comunidade, salientando que esse trabalho é nosso grande oferecimento.

– Após a comunhão: rezar a oração para o dia das missões e cantar um cântico que fale de missão.

-Antes da bênção final: lembrando a devoção popular a São Judas, como protetor em causas difíceis, pode-se rezar a oração própria do Santo, destacando a figura do cego Bartimeu, indicando que a fé salva.

Padre Anísio Tavares, C.Ss.R. / Portal Kairós

Reflexão e sugestão para a Missa do 29° Domingo do Tempo Comum 2021 do Ano B

Para o dia: 17/10/2021 – Outubro

Missa do 29° Domingo do Tempo Comum 2021 – Ano B

Is 53,10-11; SI 32; Hb 4,14-16; Mc 10,35-45

29° Domingo do Tempo Comum 2021

Turin – O afresco simbólico dos Doze Apóstolos na igreja Chiesa di San Dalmazzo de Enrico Reffo (1914).

As leituras de hoje nos ensinam como viver em uma comunidade cristã. Toda comunidade deve ser um sinal do Reino de Deus, lugar em que as pessoas criam laços afetivos, vivem a fraternidade e a fé, conforme professamos no Batismo. Em uma comunidade cristã não deveria haver títulos que separam e segregam as pessoas. Como diz Jesus, ninguém deveria aceitar ser chamado de mestre, nem de guia, nem de pai (cf. Mt 23,8-10). Ninguém deveria ser destacado por seu saber, por suas riquezas ou posições dentro da sociedade. Viver em fraternidade significa afirmar a igualdade de todos diante de Deus, superando o espírito de competição, de discórdia e de autoritarismo. Para que essa proposta seja possível, Jesus deixa um mandamento: entre vós, não deverá ser assim! Quem quiser ser grande ou o primeiro seja servo de todos! Um mandamento difícil de ser observado.

O que sustenta uma comunidade cristã é o serviço mútuo. Na proposta de Jesus, autoridade não significa mando, nem poder pessoal. Autoridade é serviço, partilha de qualidades e dons. Quem busca uma posição dentro da comunidade deve se espelhar em Jesus, o modelo do verdadeiro servidor. “Eu estou no meio de vocês como aquele que serve” (Lc 22,27).

Na primeira leitura do livro de Isaías, temos um trecho do quarto cântico do Servo. Desde o começo, a comunidade cristã descobriu, nesses cânticos, o rosto do verdadeiro Messias, Servo de Deus. Por meio de sua atuação, Deus manifesta sua justiça, vencendo todas as injustiças humanas. Mas a vitória de Deus não se fará sem sofrimento do Servo, porque a injustiça humana é forte, traiçoeira e impiedosa. No tempo de Jesus, muitos esperavam um Messias dentro da mentalidade humana, um líder com força e poder. Ninguém esperava um servidor fraco e indefeso. O cântico do Servo vem nos lembrar que a força de Deus se manifesta na fraqueza humana.

“Quando sou fraco, aí é que sou forte” (2Cor 12,10). Só os pobres conseguem perceber esse recado. Jesus, instruído pelo Pai e pelos pobres, revelou o sentido verdadeiro do poder: o serviço a Deus e aos pobres. “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate de muitos” (Mc 10,45). Nossas comunidades deveriam viver essa proposta, acolhendo o mandamento radical: quem quiser ser o maior que seja servidor de todos. Não podemos reproduzir entre nós os valores da sociedade humana, em que reinam a força, o poder, as honrarias e a corrupção.

Sugestões litúrgicas para a Missa do 29° Domingo do Tempo Comum 2021 – Ano B

– Antes da procissão de entrada: pode-se fazer uma pequena procissão, com algumas crianças representando as contas de um rosário. Isso para simbolizar que cada um de nós é uma conta do rosário vivo a estimular, no mundo, a meditação dos mistérios da redenção.

Ofertório: para destacar o Mês missionário, podem-se oferecer, simbolicamente, as Comunidades cristãs que vivem em áreas de perseguição, sofrendo pelo fanatismo religioso.

-Antes da bênção final: pode-se abrir espaço para algum depoimento sobre como fazer o apostolado cristão, assumindo a missão do leigo na Igreja e na sociedade, no mundo do trabalho, no mundo político, econômico etc. Pode-se também rezar um mistério do terço ou outra forma resumida do rosário de Nossa Senhora.

Padre Anísio Tavares, C.Ss.R. / Portal Kairós

Reflexão e sugestão para a Missa do 28° Domingo do Tempo Comum 2021 do Ano B

Para o dia: 10/10/2021 – Outubro

Missa do 28° Domingo do Tempo Comum 2021 – Ano B

Sb 7,7-11; Sl 89; Hb 4,12-13;Mc 10,17-30

28° Domingo do Tempo Comum 2021

Barcelona – A pintura de Jesus e o jovem rico na igreja Esglesia De Santa Maria De Montalegre de artista desconhecido.

As leituras da celebração de hoje nos ensinam como buscar e viver a verdadeira Sabedoria. Na primeira leitura, a Sabedoria aparece como um dom gratuito de Deus, dado a todos que o pedem na oração e o buscam com um coração sincero. A verdadeira Sabedoria sustenta nossa vida. Para Jesus, ela é o Reino de Deus. Devemos nos empenhar em sua busca e na busca de sua justiça. Esse era o desejo daquele homem que buscou Jesus, querendo “herdar a vida eterna”.

Jesus ensina que devemos começar com a vivência dos mandamentos. Pode parecer um começo simples, mas não é fácil. Temos dificuldades em viver sem mentir, sem roubar, sem cometer adultério, sem falar mal dos outros. Mas aquele homem, cheio de confiança em si mesmo, disse que essa parte já estava resolvida. Ele já observava esses mandamentos desde jovem. Ele estava querendo algo mais! Jesus então “olhou para ele com amor”. O olhar amoroso de Jesus acolhe o desejo daquele homem e quer ajudá-lo a dar um salto em sua vida espiritual. Então diz que o Reino exige que a pessoa passe a viver no espírito da partilha: vai, vende tudo e dá aos pobres! Mas essa proposta foi radical demais para ele.

O homem foi embora “cheio de tristeza, porque tinha muitas propriedades”. Para Jesus, buscar o Reino exige um passo além da simples observação de leis, regras e mandamentos. O Reino é como a Sabedoria: um dom gratuito e generoso da parte de Deus que exige de nós rupturas e partilha. Por isso até hoje nós fugimos dessa proposta radical e preferimos o progresso material e os bens deste mundo. Queremos Jesus, mas não queremos sua proposta de partilha e de igualdade.

Quem são as pessoas que acreditam, acolhem e vivem a proposta de Jesus? São aquelas que se empenham na construção da comunidade cristã, vivendo a partilha e a doação. São pessoas que se dedicam aos trabalhos pastorais, vencendo os desafios colocados por uma sociedade egoísta, individualista e consumista. Com a força da Palavra viva de Deus, de que fala a segunda leitura, estas pessoas são sinais de que a proposta de Jesus é possível. Viver o evangelho de Jesus é viver a verdadeira Sabedoria. É saber direcionar sua vida para o Reino.

Sugestões litúrgicas para a Missa do 28° Domingo do Tempo Comum 2021 – Ano B

– Se houver na Comunidade participantes do movimento “terço dos homens”, seria bom eles prepararem a liturgia de hoje para incentivar a reza do terço, destacada neste mês do rosário.

– Liturgia da Palavra: lembrar também a motivação do Mês Missionário, visando à consciência de que somos todos missionários.

– Após a comunhão: pode-se pensar em uma encenação do “envio” para destacar a missão da Comunidade cristã no mundo.

– Após a bênção final: cantar “vai, missionário…”

Padre Anísio Tavares, C.Ss.R. / Portal Kairós

Reflexão e sugestão para a Missa do 27° Domingo do Tempo Comum 2021 do Ano B

Para o dia: 03/10/2021 – Outubro

Missa do 27° Domingo do Tempo Comum 2021 – Ano B

Gn 2,18-24; Sl 127 (128); Hb 2,9-11; Mc 10,2-16

27° Domingo do Tempo Comum 2021

ANTUÉRPIA, BÉLGICA – 30 DE ABRIL DE 2017: Vitral na Igreja de Santo André em Antuérpia, Bélgica, representando o Sacramento do Sagrado Matrimônio.

O fio condutor das leituras deste domingo é a vida em família. Em sua Encíclica, Amoris Laetitia, papa Francisco ressalta as dificuldades da vida familiar nestes tempos em que vivemos. Por isso, assim diz o Papa, é muito importante conversarmos sobre as relações que sustentam uma família.

Na primeira leitura, Deus mostra que a solidão e o fechamento das pessoas em si mesmas não é bom para o ser humano. “Não é bom que o ser humano esteja sozinho!” Deus então cria uma segunda pessoa, que quebra a solidão humana e que permite o surgimento de relações. Tudo começa com o casal. Na confiança e na abertura mútuas, ele faz com que surjam novas vidas. Se o ser humano permanecesse em sua solidão, não surgiria a vida. O texto ensina que Deus não criou apenas o homem. Deus criou o casal, como ressalta Jesus: nunca leste que o Criador, desde o princípio, fê-los homem e mulher? (Mt 19,4). Todo casal, vivendo o amor familiar, tem a capacidade de gerar vida. A família é o caminho, escolhido por Deus, em que se desenrola a história da salvação.

A vida do casal se desenrola em meio a grandes desafios e ameaças, como o individualismo e o egoísmo. É o que Jesus chama de “dureza de coração”, que mata o amor, o sentimento que deveria ser a força que sustenta a vida de um casal. Quando morre o amor, surgem as soluções humanas e legais, como o libelo do divórcio, dado pela lei de Moisés. Jesus busca reconduzir o casamento a seu sentido original: uma aliança entre duas pessoas que se amam e estão dispostas a construir a vida juntos. Essa aliança exige gestos de ruptura e de riscos. O texto fala que ambos devem romper com os esquemas familiares, deixar pai e mãe, e se arriscar em construir uma nova família.

Esse projeto de ruptura e risco é abençoado por Deus. Portanto, o que Deus uniu, que ninguém interfira nem queira destruir. Mas tanto o marido quanto a mulher são responsáveis pela manutenção dessa relação. E, como lembra o Salmo de meditação, eles devem levar em conta os filhos que surgem de seu relacionamento. Vale a pena notar que, após a conversa sobre o divórcio, Jesus acolhe as crianças que são levadas até ele. De fato, o lado mais trágico, em qualquer processo de separação, são a guarda e a manutenção dos filhos. As crianças são o lado mais fraco e desprezado quando os pais se separam. Jesus lembra que Deus sempre estará do lado mais fraco e vulnerável.

Sugestões litúrgicas para a Missa do 27° Domingo do Tempo Comum 2021 – Ano B

Discípulos missionários: Rezemos para que cada batizado seja envolvido na evangelização e disponível para a missão, através de um testemunho de vida que tenha o sabor do Evangelho.

– Planejar a liturgia com a pastoral familiar da comunidade: equipe de casais com Cristo, equipes de Nossa Senhora, movimento familiar cristão ou outros.

– Ato penitencial: pedir perdão pelos pecados da família, na relação entre pais e filhos, no relacionamento conjugal, e, especialmente, pela degeneração da família na sociedade atual e pela situação das crianças abandonadas.

– Ofertório: pode-se organizar a procissão das oferendas com a participação simbólica de um núcleo familiar (pai-mãe-filho).

– Ação de graças: rezar uma oração pela família, ler algum texto do Papa sobre a importância da família cristã, ou cantar um cântico, relacionado à família, como, por exemplo, oração pela família (“abençoa, senhor, as famílias, amém; abençoa, senhor, a minha também…”), ou rezar um “Pai-nosso”, “Ave-Maria”,”Glória ao Pai”, lembrando o mês do rosário.

Padre Anísio Tavares, C.Ss.R. / Portal Kairós

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