Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora 2023 do Ano B
Gn 3,9-15.20; Sl 97; Ef1,3-6.11-12; Lc1,26-38
Os cristãos têm o privilégio de celebrar uma das mais belas solenidades da Igreja: a Imaculada Conceição de Maria. Aquela que foi escolhida por Deus, Maria, para ser digna Mãe do Redentor, precisava ser toda santa, livre de qualquer imperfeição. Isso se realizou desde o início de sua vida, pela vontade do Pai e pelos méritos de Cristo, nosso Salvador.
A grandeza dessa solenidade está na escolha que o Pai faz de Maria, para ser a Mãe de Jesus. Mas, também, porque em Maria brotam os “primeiros raios” da nova e eterna Aliança do Pai com a humanidade. Maria é o princípio do cumprimento de todas as promessas divinas. Se Deus volve seu olhar desse modo para nossa humanidade, será que há algo mais belo do que isso neste mundo? O Pai dá-nos a salvação não de qualquer modo, nem por qualquer coisa, mas por intermédio de seu Filho Jesus.
E como é suave pronunciar o nome: Maria! Ela é santa e pura, preservada de todo o pecado em toda a sua vida. Isso não é obra humana, mas divina, a graça de Deus invadiu o coração e a existência inteira de Maria. Em seu coração, morava o amor pleno, e não havia lugar para outra coisa, muito menos para o pecado. O Pai a abençoou com toda a bênção de seu Espírito, lembra-nos o apóstolo Paulo.
Maria é o grande sinal de esperança e de consolação, imagem viva da Igreja, a criatura sem ruga e sem mancha, ensina-nos o Concílio Vaticano II.
O Evangelho nos relata o mais célebre e digno texto, o da Anunciação, quando Maria acolhe humildemente o chamado do Pai. Se lá no Jardim do Éden Eva fingiu acolher o pedido de Deus, aqui Maria é humilde e sincera, e acolhendo a vontade do Senhor, mudou todo o seu plano, que era se casar com José, ter uma família bela, numerosa, digna, como era o desejo da mulher hebreia. Mas isso passou para trás, pois agora tudo importava no cumprimento da vontade divina. Assim Maria é a nova Eva. Se a primeira Eva arruinou a humanidade dizendo não, quando deveria dizer sim; dizendo sim, quando deveria dizer não, a segunda Eva, Maria, é o início da redenção, pois é a Mãe de nosso Senhor, Mãe da vida, por isso é mais do que justo chamá-la de “Mãe de todos os viventes”.
https://portalkairos.org/wp-content/uploads/2023/12/imaculada-conceicao-2023.png6671000Portal kairóshttps://portalkairos.org/wp-content/uploads/2019/09/portalkairos-site.pngPortal kairós2023-12-06 00:55:242023-12-06 00:56:01Reflexão e sugestão para a Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora 2023 do Ano B
O pecado e a encarnação aparecem na Bíblia como dois movimentos que têm por objetivo a eliminação do abismo entre o Criador e a criatura. O pecado significa que o ser humano quis superar a distância existente entre ele e seu Criador, pretendendo fazer-se igual a Deus. A encarnação é o movimento inverso. Deus, de fato, superou a distância entre nós e ele, quando o Verbo eterno se fez homem.
COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
01 – Evangelho (Lc 1,26-38): Faça-se em mim conforme a tua palavra
O Evangelho de hoje nos apresenta um modelo de colaboração no propósito de Deus para a salvação humana. O texto enfatiza dois aspectos principais: a presença eficaz de Deus, que realiza o seu propósito, e a colaboração humana, que diz “sim”. Em Maria, vemos esses dois aspectos se realizarem. A atitude dela se torna, para nós, um paradigma a ser seguido.
O texto é bem estruturado e nos apresenta a realização das promessas feitas ao povo de Israel no passado. Todo o discurso está permeado de alusões às profecias messiânicas do Antigo Testamento (cf. Is 7,14; 49,6; 2Sm 7,12-14). Com isso se quer conectar o cumprimento das promessas salvíficas ao menino cujo nascimento constitui o início de sua efetivação.
Alguns termos são de extrema importância e nos ajudam a compreender melhor o sentido profundo desse texto.
A saudação contém duas expressões importantes: “cheia de graça”, uma alusão à alegria messiânica que ora se inicia, e “o Senhor está contigo”. Esta última expressão não é dita a pessoas em circunstâncias normais, ainda que possa haver exceções (cf. Rt 2,4), mas se refere ao povo de Deus em sua totalidade ou a alguma pessoa que Deus tenha convocado para realizar um trabalho árduo. A presença eficaz de Deus dirige a pessoa à finalidade proposta por ele.
A expressão “cobrir com sua sombra” faz alusão à nuvem que cobria o tabernáculo no deserto, representando a glória de Deus que ali habitava (cf. Ex 40,34). A mesma expressão é utilizada no texto da transfiguração (cf. Lc 9,34), porque era símbolo da presença de Deus. O tabernáculo no deserto era chamado de Tenda do Encontro (cf. Ex 27,21), pois ali Deus se encontrava com o ser humano por meio da representação da nuvem. Dessa forma, quando o texto, ao se referir a Maria, utiliza a expressão “cobrir com sua sombra”, identifica-a com a Tenda do Encontro, significando que, no útero dela, Deus e o ser humano se encontram no Menino que vai nascer.
Ante a vontade de Deus, Maria deu a resposta: aceitou. Ela proclama-se “serva do Senhor”, frase usual no ambiente oriental quando um subalterno se dirige ao seu superior com o propósito de aceitar seus desígnios. Essa disposição para a obediência é uma manifestação de confiança (fé) na Palavra de Deus.
https://portalkairos.org/wp-content/uploads/2023/12/imaculada-conceicao-2023-comentarios.png10001000Portal kairóshttps://portalkairos.org/wp-content/uploads/2019/09/portalkairos-site.pngPortal kairós2023-12-06 00:54:032023-12-15 00:36:55Comentários para a Imaculada Conceição de Nossa Senhora 2023
Na liturgia de hoje, celebramos a certeza de que “o Senhor vem”. As leituras são muito ricas de elementos através dos quais recebemos orientações concretas de como viver a espera pela vinda do Senhor. O cristão, antes de tudo, deve configurar sua vida à de Cristo, o que significa romper com o pecado e fazer a vontade de Deus, viver em atitude constante de conversão. No entanto, tal atitude só é possível quando cada um se reconhece pecador e passa a olhar menos para os pecados dos outros, quando cada um decide ter como meta de vida fazer a vontade de Deus. Necessitamos levar a sério o perdão que Deus sempre nos concede para nos tornarmos dignos de sua misericórdia, agradecidos pelo seu imenso amor. Realizar uma reforma íntima é a melhor atitude na espera pelo Senhor que vem. A decisão é nossa, e podemos contar com o auxílio de Deus, que renova nosso coração.
COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
01 – Evangelho (Mc 13,33-37): Vigiai, porque não sabeis a hora
No Evangelho de hoje, Jesus, no final de seu ministério terrestre, dá instruções a respeito de como se deve viver na espera por sua nova vinda. As orientações de Jesus são direcionadas sobretudo aos discípulos (v. 33), mas não exclusivamente a eles, pois querem alcançar todos: “O que vos digo, digo a todos: Vigiai!” (v. 37). Isso significa que, especialmente para a Igreja, Jesus deixou a tarefa do serviço e da vigilância, à maneira de servos e porteiros do Reino de Deus.
Porém, vigiar não faz dos discípulos de Jesus meros servos à mercê dos caprichos de um amo imprevisível; nem, muito menos, vigias à espreita para dominar os vigiados. A Igreja, comunidade dos seguidores de Jesus, é companheira de todas as pessoas nos caminhos da história, é companheira do Mestre, que a precedeu como dom generoso e lhe deu o mandato de levar a termo sua missão de instaurar o reino de paz e fraternidade.
Vigiar é a atitude de quem está sob a escuridão da noite, à espera da aurora do grande dia do Senhor, da vinda de Cristo, que a liturgia enfatiza através do termo “advento”. Os tempos atuais, no dizer de Jesus a seus discípulos, são como uma noite. Na Antiguidade, dividia-se a noite em quatro momentos, desde o pôr do sol até o amanhecer, conforme aparece no Evangelho: “à tarde, à meia-noite, da madrugada ao amanhecer” (v. 35).
Estamos no meio da noite, antes da aurora da plenitude da redenção. É uma noite de espera e de esperança de tempos melhores, pois o Senhor esperado é o mesmo que se ofereceu por nós. O vigia é aquele que fica atento no serviço, enquanto os outros estão desatentos e inertes, em sono profundo. Por isso, vigiar foi a última recomendação de Jesus, ao concluir seu ministério terrestre. O vigia deve, também, enfrentar com coragem e determinação todas as adversidades que podem surgir durante a noite. Portanto, o Advento, o período da espera, é tempo que nos pede compromisso com a construção do reino e com a conversão, para que o Senhor não nos pegue de surpresa, negligenciando suas ordens. É tempo de permanecermos firmes na esperança, animados pela certeza de que o Senhor vem.
https://portalkairos.org/wp-content/uploads/2023/11/1-domingo-advento-2023.png6671000Portal kairóshttps://portalkairos.org/wp-content/uploads/2019/09/portalkairos-site.pngPortal kairós2023-11-27 14:55:352023-12-15 00:36:38Comentários para o Primeiro Domingo do Advento 2023
O TEMPO LITÚRGICO DO ADVENTO, além de abrir o novo Ano Litúrgico (B), é um tempo memorável, pois, ao mesmo tempo em que nos preparamos para celebrar o Natal do Senhor, meditamos sobre o juízo de Deus, sobre o coroamento de toda a história com a vinda gloriosa do Senhor.
Procuremos entender esse Tempo Litúrgico e assim o celebramos com profundidade de coração, de alma.
O Ano Litúrgico nos faz celebrar em Comunidade duas dimensões maravilhosas da Revelação cristã: a VIDA de Jesus POR NÓS, EM NÓS E CONOSCO e nossa VIDA em Jesus, com Ele e por Ele. Celebramos não apenas para recordar, mas principalmente para atualizar em nosso favor a graça redentora que o Espírito Santo vem derramando sobre a humanidade, desde que o Verbo divino se fez carne e veio morar no meio de nós.
A primeira dimensão do Ano Litúrgico nos oferece dois ciclos: o CICLO do NATAL e o CICLO da PÁSCOA. Neles celebramos tudo o que aconteceu com Jesus e tudo o que Ele fez e faz por nós. A segunda dimensão é chamada simplesmente de CICLO do TEMPO COMUM, quando recordamos mais frequentemente nossos santos e tantos de nossos eventos atuais, alguns dos quais nos provocam alegria e agradecimento, e outros nos fazem suplicar o socorro divino. O ciclo do Natal é aquele que abre o Ano Litúrgico da Igreja.
Nesse 1° Domingo do Advento 2023, a lição de Jesus é clara:“Vigiai!” Quem vive a esperança estará sempre atento, vigilante. Voltar-se para o futuro não é desprezo ou desinteresse nem alienação do tempo presente. Ao contrário, quanto mais esperança tenho, mais presente estarei na vida das pessoas, do mundo. O místico vive uma vida intensa com Deus, mas não tira os pés do chão da terra, ou seja, está vigilante na história humana. O próprio Jesus faz os discípulos compreenderem esta verdade, que a História da Salvação está misturada com a história humana. “Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez…”. Agora é hora de construir o Reino. VIGIAR é crer e trabalhar.
https://portalkairos.org/wp-content/uploads/2023/11/advento-de-2023.png6671000Portal kairóshttps://portalkairos.org/wp-content/uploads/2019/09/portalkairos-site.pngPortal kairós2023-11-27 09:46:482023-12-07 01:15:26Reflexão e sugestão para a Missa do 1° Domingo do Advento 2023 do Ano B
Jesus, consciente de sua missão e o que o espera em Jerusalém, comunica aos discípulos o que vai ocorrer com Ele. Pedro não aceita e se opõe a Jesus, que o censura e pede-lhe que fique para trás dele, pois está sendo obstáculo, pedra de tropeço. Certamente, Pedro entendeu que Jesus falava de sua fidelidade ao Pai e que não voltaria atrás, mesmo sabendo de sua morte iminente.
O convite da Palavra deste domingo é para que assumamos a “loucura da cruz”, juntamente com Jesus: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga”. Ele nos oferece a cruz como caminho, acesso ao amor e ao dom da vida. Por isso continua: “Quem quiser salvar sua vida vai perdê-la; e quem perder sua vida por causa de mim, vai encontrá-la”. No caminho da cruz não há triunfos humanos, mas dele brota a vida doada a favor da vida. É o caminho que Jesus percorreu e nos convida a percorrer com Ele, fazendo de nossa vida uma doação sincera e coerente com nossa fé.
O profeta Jeremias (l3 Leitura) nos fala de sua experiência de cruz. Ele viveu em um período muito difícil em Israel, mas permaneceu firme em sua missão. Foi seduzido pelo Senhor e colocou toda a sua vida a serviço de Deus. Foi colaborador fiel. Enfrentou os poderosos, pois são opositores do Reino, questionou a lógica do mundo, por isso foi perseguido, isolado, conheceu o sofrimento… mas não desistiu. Todos os que acolhem sinceramente a Palavra, e nela apostam e confiam, viveram coerentemente com os valores do Reino.
https://portalkairos.org/wp-content/uploads/2023/09/22-tempo-comum-2023.png6671000Portal kairóshttps://portalkairos.org/wp-content/uploads/2019/09/portalkairos-site.pngPortal kairós2023-08-31 08:00:512023-09-03 13:48:23Reflexão e sugestão para a Missa do 22º Domingo do Tempo Comum 2023 do Ano A
Reflexão e sugestão para a Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora 2023 do Ano B
/em Liturgia Católica, Preparação para a Santa MissaPara a Sexta: 08/12/2023
Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora 2023 do Ano B
Gn 3,9-15.20; Sl 97; Ef1,3-6.11-12; Lc1,26-38
Os cristãos têm o privilégio de celebrar uma das mais belas solenidades da Igreja: a Imaculada Conceição de Maria. Aquela que foi escolhida por Deus, Maria, para ser digna Mãe do Redentor, precisava ser toda santa, livre de qualquer imperfeição. Isso se realizou desde o início de sua vida, pela vontade do Pai e pelos méritos de Cristo, nosso Salvador.
A grandeza dessa solenidade está na escolha que o Pai faz de Maria, para ser a Mãe de Jesus. Mas, também, porque em Maria brotam os “primeiros raios” da nova e eterna Aliança do Pai com a humanidade. Maria é o princípio do cumprimento de todas as promessas divinas. Se Deus volve seu olhar desse modo para nossa humanidade, será que há algo mais belo do que isso neste mundo? O Pai dá-nos a salvação não de qualquer modo, nem por qualquer coisa, mas por intermédio de seu Filho Jesus.
E como é suave pronunciar o nome: Maria! Ela é santa e pura, preservada de todo o pecado em toda a sua vida. Isso não é obra humana, mas divina, a graça de Deus invadiu o coração e a existência inteira de Maria. Em seu coração, morava o amor pleno, e não havia lugar para outra coisa, muito menos para o pecado. O Pai a abençoou com toda a bênção de seu Espírito, lembra-nos o apóstolo Paulo.
Maria é o grande sinal de esperança e de consolação, imagem viva da Igreja, a criatura sem ruga e sem mancha, ensina-nos o Concílio Vaticano II.
O Evangelho nos relata o mais célebre e digno texto, o da Anunciação, quando Maria acolhe humildemente o chamado do Pai. Se lá no Jardim do Éden Eva fingiu acolher o pedido de Deus, aqui Maria é humilde e sincera, e acolhendo a vontade do Senhor, mudou todo o seu plano, que era se casar com José, ter uma família bela, numerosa, digna, como era o desejo da mulher hebreia. Mas isso passou para trás, pois agora tudo importava no cumprimento da vontade divina. Assim Maria é a nova Eva. Se a primeira Eva arruinou a humanidade dizendo não, quando deveria dizer sim; dizendo sim, quando deveria dizer não, a segunda Eva, Maria, é o início da redenção, pois é a Mãe de nosso Senhor, Mãe da vida, por isso é mais do que justo chamá-la de “Mãe de todos os viventes”.
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Comentários para a Imaculada Conceição de Nossa Senhora 2023
/em Liturgia Católica, Preparação para a Santa MissaPara a Sexta: 08/12/2023
Imaculada Conceição de Nossa Senhora
O SENHOR ESTÁ CONTIGO!
O pecado e a encarnação aparecem na Bíblia como dois movimentos que têm por objetivo a eliminação do abismo entre o Criador e a criatura. O pecado significa que o ser humano quis superar a distância existente entre ele e seu Criador, pretendendo fazer-se igual a Deus. A encarnação é o movimento inverso. Deus, de fato, superou a distância entre nós e ele, quando o Verbo eterno se fez homem.
COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
01 – Evangelho (Lc 1,26-38): Faça-se em mim conforme a tua palavra
O Evangelho de hoje nos apresenta um modelo de colaboração no propósito de Deus para a salvação humana. O texto enfatiza dois aspectos principais: a presença eficaz de Deus, que realiza o seu propósito, e a colaboração humana, que diz “sim”. Em Maria, vemos esses dois aspectos se realizarem. A atitude dela se torna, para nós, um paradigma a ser seguido.
O texto é bem estruturado e nos apresenta a realização das promessas feitas ao povo de Israel no passado. Todo o discurso está permeado de alusões às profecias messiânicas do Antigo Testamento (cf. Is 7,14; 49,6; 2Sm 7,12-14). Com isso se quer conectar o cumprimento das promessas salvíficas ao menino cujo nascimento constitui o início de sua efetivação.
Alguns termos são de extrema importância e nos ajudam a compreender melhor o sentido profundo desse texto.
A saudação contém duas expressões importantes: “cheia de graça”, uma alusão à alegria messiânica que ora se inicia, e “o Senhor está contigo”. Esta última expressão não é dita a pessoas em circunstâncias normais, ainda que possa haver exceções (cf. Rt 2,4), mas se refere ao povo de Deus em sua totalidade ou a alguma pessoa que Deus tenha convocado para realizar um trabalho árduo. A presença eficaz de Deus dirige a pessoa à finalidade proposta por ele.
A expressão “cobrir com sua sombra” faz alusão à nuvem que cobria o tabernáculo no deserto, representando a glória de Deus que ali habitava (cf. Ex 40,34). A mesma expressão é utilizada no texto da transfiguração (cf. Lc 9,34), porque era símbolo da presença de Deus. O tabernáculo no deserto era chamado de Tenda do Encontro (cf. Ex 27,21), pois ali Deus se encontrava com o ser humano por meio da representação da nuvem. Dessa forma, quando o texto, ao se referir a Maria, utiliza a expressão “cobrir com sua sombra”, identifica-a com a Tenda do Encontro, significando que, no útero dela, Deus e o ser humano se encontram no Menino que vai nascer.
Ante a vontade de Deus, Maria deu a resposta: aceitou. Ela proclama-se “serva do Senhor”, frase usual no ambiente oriental quando um subalterno se dirige ao seu superior com o propósito de aceitar seus desígnios. Essa disposição para a obediência é uma manifestação de confiança (fé) na Palavra de Deus.
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Comentários para o Primeiro Domingo do Advento 2023
/em Liturgia Católica, Preparação para a Santa MissaPara o Domingo: 03/12/2023
Primeiro Domingo do Advento 2023
CONVERTEI-NOS PARA QUE SEJAMOS SALVOS
Na liturgia de hoje, celebramos a certeza de que “o Senhor vem”. As leituras são muito ricas de elementos através dos quais recebemos orientações concretas de como viver a espera pela vinda do Senhor. O cristão, antes de tudo, deve configurar sua vida à de Cristo, o que significa romper com o pecado e fazer a vontade de Deus, viver em atitude constante de conversão. No entanto, tal atitude só é possível quando cada um se reconhece pecador e passa a olhar menos para os pecados dos outros, quando cada um decide ter como meta de vida fazer a vontade de Deus. Necessitamos levar a sério o perdão que Deus sempre nos concede para nos tornarmos dignos de sua misericórdia, agradecidos pelo seu imenso amor. Realizar uma reforma íntima é a melhor atitude na espera pelo Senhor que vem. A decisão é nossa, e podemos contar com o auxílio de Deus, que renova nosso coração.
COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
01 – Evangelho (Mc 13,33-37): Vigiai, porque não sabeis a hora
No Evangelho de hoje, Jesus, no final de seu ministério terrestre, dá instruções a respeito de como se deve viver na espera por sua nova vinda. As orientações de Jesus são direcionadas sobretudo aos discípulos (v. 33), mas não exclusivamente a eles, pois querem alcançar todos: “O que vos digo, digo a todos: Vigiai!” (v. 37). Isso significa que, especialmente para a Igreja, Jesus deixou a tarefa do serviço e da vigilância, à maneira de servos e porteiros do Reino de Deus.
Porém, vigiar não faz dos discípulos de Jesus meros servos à mercê dos caprichos de um amo imprevisível; nem, muito menos, vigias à espreita para dominar os vigiados. A Igreja, comunidade dos seguidores de Jesus, é companheira de todas as pessoas nos caminhos da história, é companheira do Mestre, que a precedeu como dom generoso e lhe deu o mandato de levar a termo sua missão de instaurar o reino de paz e fraternidade.
Vigiar é a atitude de quem está sob a escuridão da noite, à espera da aurora do grande dia do Senhor, da vinda de Cristo, que a liturgia enfatiza através do termo “advento”. Os tempos atuais, no dizer de Jesus a seus discípulos, são como uma noite. Na Antiguidade, dividia-se a noite em quatro momentos, desde o pôr do sol até o amanhecer, conforme aparece no Evangelho: “à tarde, à meia-noite, da madrugada ao amanhecer” (v. 35).
Estamos no meio da noite, antes da aurora da plenitude da redenção. É uma noite de espera e de esperança de tempos melhores, pois o Senhor esperado é o mesmo que se ofereceu por nós. O vigia é aquele que fica atento no serviço, enquanto os outros estão desatentos e inertes, em sono profundo. Por isso, vigiar foi a última recomendação de Jesus, ao concluir seu ministério terrestre. O vigia deve, também, enfrentar com coragem e determinação todas as adversidades que podem surgir durante a noite. Portanto, o Advento, o período da espera, é tempo que nos pede compromisso com a construção do reino e com a conversão, para que o Senhor não nos pegue de surpresa, negligenciando suas ordens. É tempo de permanecermos firmes na esperança, animados pela certeza de que o Senhor vem.
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Reflexão e sugestão para a Missa do 1° Domingo do Advento 2023 do Ano B
/em Liturgia Católica, Preparação para a Santa MissaPara o Domingo: 03/12/2023
Missa do 1° Domingo do Advento 2023 do Ano B
Is 63,16b-17.19b; 64,2b-7; Sl 79; ICor 1,3-9; Mc 13,33-37
Cartaz especial:
Atividades para crianças:
O TEMPO LITÚRGICO DO ADVENTO, além de abrir o novo Ano Litúrgico (B), é um tempo memorável, pois, ao mesmo tempo em que nos preparamos para celebrar o Natal do Senhor, meditamos sobre o juízo de Deus, sobre o coroamento de toda a história com a vinda gloriosa do Senhor.
Procuremos entender esse Tempo Litúrgico e assim o celebramos com profundidade de coração, de alma.
O Ano Litúrgico nos faz celebrar em Comunidade duas dimensões maravilhosas da Revelação cristã: a VIDA de Jesus POR NÓS, EM NÓS E CONOSCO e nossa VIDA em Jesus, com Ele e por Ele. Celebramos não apenas para recordar, mas principalmente para atualizar em nosso favor a graça redentora que o Espírito Santo vem derramando sobre a humanidade, desde que o Verbo divino se fez carne e veio morar no meio de nós.
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Nesse 1° Domingo do Advento 2023, a lição de Jesus é clara:“Vigiai!” Quem vive a esperança estará sempre atento, vigilante. Voltar-se para o futuro não é desprezo ou desinteresse nem alienação do tempo presente. Ao contrário, quanto mais esperança tenho, mais presente estarei na vida das pessoas, do mundo. O místico vive uma vida intensa com Deus, mas não tira os pés do chão da terra, ou seja, está vigilante na história humana. O próprio Jesus faz os discípulos compreenderem esta verdade, que a História da Salvação está misturada com a história humana. “Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez…”. Agora é hora de construir o Reino. VIGIAR é crer e trabalhar.
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Reflexão e sugestão para a Missa do 22º Domingo do Tempo Comum 2023 do Ano A
/em Liturgia Católica, Preparação para a Santa MissaPara o Domingo: 03/09/2023
Missa do 22º Domingo do Tempo Comum 2023 – Ano A
Jr 20,7-9; SI 62; Rm 12,1-2; Mt 16,21-27
Jesus, consciente de sua missão e o que o espera em Jerusalém, comunica aos discípulos o que vai ocorrer com Ele. Pedro não aceita e se opõe a Jesus, que o censura e pede-lhe que fique para trás dele, pois está sendo obstáculo, pedra de tropeço. Certamente, Pedro entendeu que Jesus falava de sua fidelidade ao Pai e que não voltaria atrás, mesmo sabendo de sua morte iminente.
O convite da Palavra deste domingo é para que assumamos a “loucura da cruz”, juntamente com Jesus: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga”. Ele nos oferece a cruz como caminho, acesso ao amor e ao dom da vida. Por isso continua: “Quem quiser salvar sua vida vai perdê-la; e quem perder sua vida por causa de mim, vai encontrá-la”. No caminho da cruz não há triunfos humanos, mas dele brota a vida doada a favor da vida. É o caminho que Jesus percorreu e nos convida a percorrer com Ele, fazendo de nossa vida uma doação sincera e coerente com nossa fé.
O profeta Jeremias (l3 Leitura) nos fala de sua experiência de cruz. Ele viveu em um período muito difícil em Israel, mas permaneceu firme em sua missão. Foi seduzido pelo Senhor e colocou toda a sua vida a serviço de Deus. Foi colaborador fiel. Enfrentou os poderosos, pois são opositores do Reino, questionou a lógica do mundo, por isso foi perseguido, isolado, conheceu o sofrimento… mas não desistiu. Todos os que acolhem sinceramente a Palavra, e nela apostam e confiam, viveram coerentemente com os valores do Reino.
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