Sínodo 2018: o vento de Pentecostes

Sínodo 2018 – Cardeal Gualtiero Bassetti: juventude, vento de Pentecostes

O Sínodo foi “uma policromia de cores e uma polifonia de línguas”, a presença dos jovens nos fez experimentar o vento de Pentecostes”.

Foi o que disse o arcebispo de Perugia-Città della Pieve, cardeal Gualtiero Bassetti, presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), no briefing realizado nesta quinta-feira (25/10), na Sala de Imprensa da Santa Sé, no âmbito da XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre o tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.

O purpurado apreciou a concretude dos pronunciamentos dos jovens que falaram também de solidão, deixando claro que os jovens no mundo precisam de alguém que “aqueça seus corações”. Não obstante “a cultura da fragmentação, onde relativismo parece envolver tudo, o mundo juvenil tem uma incrível “sede de infinito”. Esses dias no Vaticano, experimentamos a beleza do caminhar juntos”, disse ele.

Uma Igreja de braços abertos

Estava também presente na Sala de Imprensa da Santa Sé, o cardeal Arlindo Gomes Furtado, Bispo de Santiago, em Cabo Verde, que falou de um “mundo fragmentado”, onde os “cristãos são chamados a ser instrumentos de comunhão”.

O cardeal cabo-verdiano manifestou satisfação pela experiência vivida no Vaticano: “Um trabalhar e caminhar juntos” que cada um deve cultivar também “nas pequenas comunidades”, como “uma verdadeira família eclesial”.

O conceito de “sinodalidade” foi várias vezes citato pelo arcebispo de Trujillo, dom Héctor Miguel Cabrejos Vidarte, presidente da Conferência Episcopal Peruana, que falou de “uma Igreja de braços abertos para todos”. “Durante o Sínodo houve um grande intercâmbio cultural e de ideias: esta experiência é fruto do Espírito Santo”, frisou.

Clareza e prevenção nos casos de abuso

Dentre os temas abordados, os casos de abusos. “Não podemos dizer que diz respeito a toda a Igreja”, disse o cardeal Bassetti, solicitado por perguntas, “mas a uma pequena parte”. “Porém, não podemos também dizer que isso não lhe diz respeito como um todo, pois, como São Paulo nos recorda, a Igreja “é um corpo, e se um membro sofre, todo o corpo sofre. Todos sofremos com esse acontecimento”, disse ele, e agora “o caminho deve prosseguir”. Em novembro, haverá uma assembleia durante a qual “abordaremos esta questão e discutiremos um documento em preparação”. “É preciso clareza”, concluiu o cardeal italiano, “e acima de tudo é necessário um trabalho de prevenção”.

Sobre este tema também se pronunciou o auditor Lucas Barboza Galhardo, representante do Movimento Internacional de Schoenstatt e membro do Comitê Nacional de Coordenação da Pastoral Juvenil da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). “Ouvir os testemunhos de abuso foi horrível. O desafio é defender a Igreja de Jesus, não a dos abusos”.

 

Vatican News / Portal Kairós

O que são políticas públicas? Tema da Campanha da Fraternidade 2019

Políticas públicas: o que são e para que existem

Em um país onde as ações do poder público são centralizadas, pouco transparentes e muitas vezes interpretadas como paliativas, é fundamental que se compreenda a formulação das políticas públicas, para entendermos que existe planejamento no setor público brasileiro.

Neste texto, que inicia um estudo sobre o tema da Campanha da Fraternidade 2019, vamos explicar o que são políticas públicas e como elas são planejadas e implementadas. Continue conosco para conhecer mais sobre esse processo, por meio do qual se busca assegurar os seus direitos.

As políticas públicas afetam a todos os cidadãos, de todas as escolaridades, independente de sexo, raça, religião ou nível social. Com o aprofundamento e a expansão da democracia, as responsabilidades do representante popular se diversificaram. Hoje, é comum dizer que sua função é promover o bem-estar da sociedade. O bem-estar da sociedade está relacionado a ações bem desenvolvidas e à sua execução em áreas como saúde, educação, meio ambiente, habitação, assistência social, lazer, transporte e segurança, ou seja, deve-se contemplar a qualidade de vida como um todo.

E é a partir desse princípio que, para atingir resultados satisfatórios em diferentes áreas, os governos (federal, estaduais ou municipais) se utilizam das políticas públicas.

Se preferir, você também pode conferir este conteúdo em formato de vídeo:

Conforme definição corrente, políticas públicas são conjuntos de programas, ações e decisões tomadas pelos governos (nacionais, estaduais ou municipais) com a participação, direta ou indireta, de entes públicos ou privados que visam assegurar determinado direito de cidadania para vários grupos da sociedade ou para determinado segmento social, cultural, étnico ou econômico. Ou seja, correspondem a direitos assegurados na Constituição.

Um programa da Prefeitura que esteja beneficiando seu bairro, por exemplo, é uma política pública. A educação, a saúde, o meio ambiente e a água são direitos universais, assim, para assegurá-los e promovê-los estão constituídas pela Constituição Federal as políticas públicas de educação e saúde, por exemplo.

O conceito de políticas públicas pode possuir dois sentidos diferentes. No sentido político, encara-se a política pública como um processo de decisão, em que há naturalmente conflitos de interesses. Por meio das políticas públicas, o governo decide o que fazer ou não fazer. O segundo sentido se dá do ponto de vista administrativo: as políticas públicas são um conjunto de projetos, programas e atividades realizadas pelo governo.

Uma política pública pode tanto ser parte de uma política de Estado ou uma política de governo. Vale a pena entender essa diferença: uma política de Estado é toda política que independente do governo e do governante deve ser realizada porque é amparada pela constituição. Já uma política de governo pode depender da alternância de poder. Cada governo tem seus projetos, que por sua vez se transformam em políticas públicas.

Vejamos alguns exemplos dessa distinção: é muito comum ouvirmos dizer que a política externa do país deve ser uma política de Estado, ou seja, uma política orientada por ideais que transcendem governos e que se mantêm no longo prazo. Políticas públicas eficientes que têm continuidade de um governo para outro podem se transformar em política de Estado. Um possível exemplo disso é o programa Bolsa Família, expandido no governo do PT, cujos bons resultados levaram o líder oposicionista Aécio Neves a propor que o programa seja transformado em política de Estado, no ano de 2014 (a ideia seria incorporar o programa à Lei Orgânica da Assistência Social).

É importante saber:

O conceito de público, hoje em dia, não quer dizer somente gestão governamental, mas, um interesse público que permeia o Estado e o Governo (primeiro setor), a iniciativa privada (segundo setor) e as diversas organizações da sociedade civil (terceiro setor).

Para complementar seus conhecimentos sobre o tema, confira também este vídeo do Leonardo Secchi, especialista em políticas públicas:

 

Portal Kairós / Danilo Andrade
Engenheiro, quer contribuir para o desenvolvimento do país trabalhando no setor público e exercendo seu papel como cidadão.

Será que minha canção é católica?

Se a minha canção não tiver Senhor, Deus ou Jesus, ainda será uma canção católica?

Suas músicas são católicas? Perguntou-me uma aluna. Eu engasguei. Durante 20 anos, eu toco música religiosa, com letras confessionais em uma banda chamada DOM. Antes disso, eu já tocava, desde os 15 anos, em Missas e grupos de oração. No entanto, as canções que a aluna ouvia, em seu celular, que compus e gravei recentemente com meu amigo Rodrigo Grecco, poderiam ser chamadas de católicas?

Suas músicas são católicas? Perguntou-me a aluna.

– Sou católico quando trabalho, dirijo, em meu casamento. Sou católico na fila do banco, no caixa do supermercado, na urna eleitoral. Sou católico quando toco e quando componho. Católico, ainda que cheio de imperfeições. Com dúvidas muitas vezes. Sou católico quando componho.

“Mas esta aqui fala de amor, porque fala de alguém dormindo ao seu lado”, disse a aluna lendo as letras no encarte do CD.

– Essa canção nasceu no dia do meu aniversário de casamento. Acordei, naquele dia, ao lado da minha mulher e escrevi um poema para ela. O Grecco, meu parceiro, também é casado, e sabe a sensação de acordarmos ao lado de quem amamos.

“E essa aqui, mestre supremo de todo universo (sim, eu obrigo meus alunos a me chamarem assim), você quer uma resposta, mas tem medo da pergunta?”

– Essa eu fiz pensando em um amigo que queria mudar, mas tinha medo do preço a pagar pela mudança. Cristo viu isso acontecer também. Você conhece a passagem do jovem que ouviu do Mestre: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que possui e me segue”.

E assim, letra a letra, eu era questionado. “Ah, essa aqui fala que todo amor tem um traço imperfeito. Então, é outra música de amor? Não entendo, o professor de religião falou que Deus é amor. Deus é imperfeito?”. E lá ia eu explicando que esse traço imperfeito é nosso (humanidade). Citei São Paulo e falei da nossa limitação, insegurança em amar. Ela parecia incomodada.

“Eu acho que você não sabe quem você é. Nessa aqui, você diz que é todo mundo. Professor, esse é o motivo por que, na minha igreja, o cantor gospel faz sucesso. Ele não fica cheio de questionamentos e blá blá blá. Ele pega e fala de Jesus e de como Ele mudou sua vida. Desculpe-me, mestre, mas suas canções não são religiosas. Eu acho que você deveria voltar a ser gospel. Não vou comprar seu CD.”

Minha resposta veio numa folha de papel, dias depois, em forma de bilhete.

“Querida aluna, quando compus e gravei essas canções, eu as fiz com toda intenção reta de partilhar minha vida interior. Nem todo aquele que diz “Senhor, Senhor” entrará no céu. Posso cantar Jesus com meus lábios, e Ele estar longe do meu coração. Essas canções que compus e gravei reafirmam a misericórdia de Deus. Mas, às vezes, dizemos “eu te amo” de maneiras diferentes. Às vezes, dizemos “Jesus, Filho de Davi, olha para mim” de formas diferentes. Às vezes, a vida nos pede outras palavras para dizer as mesmas coisas. Talvez, nossas canções não sejam religiosas. Talvez, nós não tenhamos a religiosidade que gostaríamos, mas, entre os seus 15 e os meus 48 anos, muita água corre sob a ponte, e Deus tem tudo em Suas mãos.

Permita-me dar a letra desta canção que tanto a incomodou transcrita à mão. Guarde-a, querida aluna, como uma recordação das nossas aulas e de mim. Deus a abençoe.”

Eu sou esse aí
Eu sou essa mulher aí
Chorando suas dores
Querendo outros amores
Sorrindo pra se distrair
Eu sou essa criança aí
Seguindo sem destino
Andando ali sozinha
Sem ter pra onde ir
Eu sou o homem de olhos tristes
E de passo cansado
De peito apertado
De alma que resiste
Na rotina estranha
Que nunca escolheu
Eu busco a luz
Eu busco o guia
Pra minha estrada
Pela noite escura
Madrugada fria
Vale o que valia
A cruz me valerá
Eu sou um outro
Sou um rosto novo
Meu melhor amigo
Digo que me estranho
Mas me contradigo
Sou escravo
Sou mendigo, sou patrão
Eu sou um outro
Sou um rosto antigo
Sou meu inimigo
Eu me reconheço
Tanto que me esqueço
Sou soldado
Sou menino
Sou nação
Sou o que passou na multidão
Eu sou o velho eu já vi
Eu trago as mãos cansadas
E alma, assim, lavada
Ah, eu guardei a fé
Perdi e venci carreiras
Lutei o bom combate
Não me entreguei à dor
Não desisti do amor.

 

Augusto Cezar
Músico da banda DOM, compositor, escritor de 3 livros, professor e palestrante. Não sou nada do que realizei. Fui e sou tudo o que amei e amo. Além disso, não sou mais nada
Canção Nova / Portal Kairós

Avanços na formulação dos objetivos da CF 2020

CONSEP avança na formulação dos objetivos da Campanha da Fraternidade 2020

Campanha da Fraternidade 2020 – CF 2020
Lema: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10,33-34)
Tema: “Fraternidade e vida: dom e compromisso”

No primeiro dia, 23 de outubro, da 22ª reunião do Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a última do ano, na sede da entidade em Brasília (DF), os bispos avançaram na formulação do objetivo geral e dos objetivos específicos da Campanha da Fraternidade 2020, CF 2020 – cujo tema é Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso.

O presidente da CNBB, cardeal Sergio da Rocha, não participa da reunião em função de estar exercendo o papel de relator geral do Sínodo dos Bispos, em Roma, até domingo 27 de outubro. Contudo, não deixou de enviar sua mensagem pastoral e de ânimo aos bispos do Consep. Outros dois membros do Consep, o arcebispo de Porto Alegre (RS) dom Jaime Spengler, presidente da Comissão Episcopal Pastoral de Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, e o bispo de Imperatriz (MA), dom Vilsom Basso, também estão em Roma, participando do Sínodo dos Bispos.

O assessor político da CNBB, padre Paulo Renato, apresentou aos bispos o quadro de composição do Congresso Nacional (Senado e Câmara dos Deputados Federais) após o primeiro turno das eleições 2018. O destaque, segundo o assessor, é a não eleição de vários políticos tradicionais. A CNBB buscará, a partir de janeiro de 2018, fortalecer uma articulação junto a deputados e senadores católicos que se elegeram no pleito. Os bispos também aprovaram a elaboração de uma Nota da CNBB sobre o cenário político colocado pelas Eleições 2018. O documento, após aprovação dos membros do CONSEP será publicado no dia 24 de outubro.

Comissões Pastorais

Parte da reunião foi dedicada ao comunicado do trabalho que vem desenvolvendo as Comissões Episcopais Pastorais. A Comissão de Educação e Cultura comunicou que está revisando o documento nº 102 da CNBB, “O seguimento de Jesus Cristo e a ação evangelizadora no âmbito universitário”. Segundo o arcebispo coadjutor de Montes Claros (MG) dom João Justino de Medeiros Silva, que preside a Comissão, o material será apresentado à próxima reunião do Conselho Permanente da CNBB, no mês de novembro. O bispo também falou da realização do 19º Encontro Nacional da Pastoral da Educação, realizado de 28 a 30 de setembro, no Centro de Estudos do Sumaré, no Rio de Janeiro. O tema escolhido para esta edição é O atual cenário da Educação Brasileira e as perspectivas para a Pastoral da Educação.

O bispo auxiliar de São Luís (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e a Cooperação Inter-eclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Esmeraldo Barreto de Farias, disse ser necessário reforçar que os bispos recuperem, em suas igrejas locais, o sentido da Coleta do Mês Missionário. Segundo ele, este pequeno gesto colabora para ricas experiências missionárias da Igreja no mundo.

Com o tema “A eclesiologia do Papa Francisco e a Pastoral Familiar numa Igreja em saída”, a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) através da Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF), comunicou a realização nos dias 29 e 30 de novembro, em Salvador (BA), do Encontro Nacional de Referenciais e Assessores da Pastoral Familiar. De acordo com o bispo de Osasco e presidente da Comissão para a Vida e a Família, dom João Bosco Barbosa de Sousa o encontro, direcionado aos bispos referenciais e religiosos assessores (regionais e diocesanos), será um importante momento de aprendizado, reflexão, partilha, e, principalmente, unidade da Pastoral Familiar e suas lideranças em âmbito nacional.

A Comissão do Laicato da CNBB e representante do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB) apresentaram os resultados da participação, dias 25 e 28 de setembro, em um encontro promovido pelo Dicastério dos Leigos, Família e Vida sobre a “Promoção e Formação dos Fieis Leigos: Boas Práticas”, em Roma. Segundo o bispo de Caçador (SC), dom Severino Clasen, presidente da Comissão para o Laicato, 15 conferências episcopais da África, América do Sul, América do Norte, América Central, Ásia, Oceania e Europa foram convidadas para compartilhar suas experiências e refletir sobre os processos e indicativos para a formação de leigos. “Dialogamos com outras conferências encorajando-as para que valorizem o laicato como vem fazendo a CNBB”, disse.

Segundo a presidente do CNLB, Marilza Lopes Schuina, os representantes brasileiros apresentaram em Roma: a) o Ano Nacional do Laicato no Brasil; b) a experiência do Centro Nacional de Fé e Política e das Escolas de Formação; c) formação organizada pelo Instituto de Pastoral Regional (IPAR), Regional Norte; e c) O processo de formação desenvolvido pelo Conselho Nacional do Laicato do Brasil, organismo de Comunhão Eclesial que busca o aprofundamento da vocação laical.

Dom Darci José Nicioli, presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação,  disse que o documento de estudos da CNBB número 111, intitulado “Orientações pastorais para as mídias católicas: Imprensa, Rádio, TV e novas mídias”, enviado às dioceses, recebeu contribuições que serão incorporadas em um revisão e apresentada aos bispos do Conselho Permanente, em novembro. A expectativa do religioso é que também seja apresentado aos bispos na 57ª Assembleia Geral, no próximo ano.

O padre Antonio Marcos Depizzoli, assessor da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, também fez os informes da comissão. Com destaque para a realização da 4ª Semana Brasileira de Catequese, de 14 a 18 de novembro de 2018, em Itaici/Indaiatuba (SP). O encontro tem como lema “nós ouvimos e sabemos que ele é Salvador do mundo” (Jo 4,42).

O assessor da Comissão para Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, padre João Cândido da Silva Neto informou da reunião ampliada com todos os organismos que da Comissão para avaliar e planejar a caminhada.  Falou ainda da realização do IV Congresso Vocacional do Brasil, de 05 a 08 de setembro, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida (SP).

CNBB / Portal Kairós
Músicas e subsídios para baixar

Evangelista de Maria e da infância de Jesus e padroeiro dos médicos

Igreja celebra em 18 de outubro o evangelista São Lucas, autor do terceiro Evangelho e dos Atos dos Apóstolos. Dentre os 4 evangelistas, é ele quem mais dá destaque à infância de Jesus e à Santíssima Virgem Maria.

Ao contrário de São Mateus e São João, por exemplo, São Lucas não conheceu Jesus pessoalmente: ele começou a abraçar a fé cristã por volta do ano 40, quando Jesus já tinha sofrido a Paixão, ressuscitado e ascendido aos céus. No entanto, conheceu São Paulo, de quem foi discípulo direto, e é possível que tenha conhecido também Nossa Senhora. Ele é, de fato, o evangelista que mais dedica espaço em seu relato aos mistérios que envolvem diretamente a pessoa de Maria: a Anunciação do Arcanjo Gabriel, a Visitação à prima Santa Isabel e o Nascimento de Nosso Senhor em Belém.

São Lucas é ainda o único dos 4 evangelistas que não nasceu em Israel – aliás, no seu relato evangélico, ele se dirige prioritariamente aos cristãos de fora da Terra Santa, em especial aos gregos, como propagador da mensagem do Cristo. Já no prólogo do seu Evangelho, ele afirma que o escreveu para que os seguidores de Jesus conhecessem melhor a Sua revelação e os Seus ensinamentos, enfatizando com particular esmero a misericórdia de Deus e o Seu perdão aos pecadores que se convertem de coração.

Culto, versado em literatura e formado em medicina, São Lucas veio a se tornar padroeiro de todos os médicos, bem como dos solteiros e dos artistas da pintura e da escultura, entre outros trabalhadores, porque, segundo a tradição, ele retratou a imagem de Nossa Senhora não apenas ao falar dela em seu texto evangélico, mas também ao pintar o seu retrato.

Seus símbolos na arte cristã são o livro e o touro, às vezes representado alado, porque ele começa o seu Evangelho descrevendo o sacrifício do sacerdote Zacarias no templo em que eram imolados bois nos rituais judaicos.

A tradição conta que São Lucas teria morrido mártir dependurado em uma árvore na Acaia.