Temas para a catequese de fevereiro de 2018

FEVEREIRO é o mês dedicado ao início da Campanha da Fraternidade. Neste ano o tema será: “Fraternidade e superação da violência”, tendo como lema “Vós sois todos irmãos (Mt 23,8)”.  A CF surgiu há 56 anos no Brasil. A CF 2018 é realizada em âmbito nacional, e envolve todas as comunidades cristãs católicas e ecumênicas do Brasil. A arrecadação da Campanha da Fraternidade compõe o Fundo Nacional de Solidariedade e os Fundos Diocesanos de Solidariedade, onde 60% da arrecadação são destinadas ao apoio de projetos sociais da própria comunidade diocesana, e os outros 40% restantes compõem o FNS, que são destinados para o fortalecimento da solidariedade em diversas regiões do país.

Temas para a catequese do mês

Apresentação do Senhor

A festa da Apresentação do Senhor é bem antiga, e já houve tempo em que era celebrada em 14 de fevereiro, quarenta dias após a festa da Epifania (manifestação aos magos). Também já foi considerada como festa mariana, com o nome de “Purificação da Bem-aventurada Virgem Maria”. Mas, a partir das recentes reformas litúrgicas, o nome da festa foi mudado para “Apresentação do Senhor” e ela passou a ser celebrada quarenta dias depois do Natal. O novo título e data da celebração são uma indicação mais correta da natureza e do objeto dessa festa, visto que nesse dia a Igreja celebra um aspecto importante do mistério salvífico, e não simplesmente um acontecimento da infância de Jesus.

Nossa Senhora de Lourdes

No dia 8 de dezembro de 1854 o Papa Pio XI proclamou solenemente no Vaticano o dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, concebida sem pecado original. Algo que em 1830 Nossa Senhora já tinha mostrado a Santa Catarina Labourè, quando mandou que ela cunhasse a chamada “Medalha Milagrosa”, na aparição a ela na rua De Lubac, em Paris. Em torno da medalha, santa Catarina viu em letras de ouro a expressão: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós”. No dia 11 de fevereiro de 1858, quatro anos depois, Nossa Senhora começou a aparecer a uma menina de 14 anos, Bernardete Soubirous. Ela estava com uma irmã e uma vizinha pegando lenha perto da gruta de Massabielle. Tinham que passar descalças por um córrego, e Bernadete, que sofria de asma não queria por o pé na água fria. Nisso ouviu um barulho nas árvores e viu uma senhora muito bonita, radiante, vestida de branco, com uma faixa azul, sorrindo para ela. Em seguida rezou o Terço com Bernadete.

Festa da Cátedra de São Pedro

A Cátedra de São Pedro era comemorada em duas datas, que marcaram as mais importantes etapas da missão deixada ao apóstolo pelo próprio Jesus. A primeira, em 18 de janeiro se comemorava a sua posse em Roma, a segunda, em 22 de fevereiro, marca o aparecimento do Cristianismo na Antioquia, onde Pedro foi o primeiro bispo. Cátedra significa símbolo da autoridade e do magistério do bispo. É daí que se origina a palavra catedral, a igreja-mãe da diocese. Estabeleceu-se então, a Cátedra de São Pedro para marcar sua autoridade sobre toda a Igreja, inclusive sobre os outros apóstolos.

Santos do mês

01: Santa Veridiana
02: São Cornélio – O primeiro bispo de Cesareia
03: São Brás – Médico e pastor das almas
04: São João de Brito
05: Santa Águeda
06: São Paulo Míki
07: São Ricardo – Padroeiro da Família
08: Santa Josefina Bakhita
09: São Miguel Febres
10: Santa Escolástica
11: Nossa Senhora de Lourdes
12: Santa Eulália
13: São Martiniano
14: São Cirilo e São Metódio
15: São Cláudio de La Colombiere
16: Santo Onésimo
17: Sete Santos fundadores da Ordem dos Servitas
18: São Teotônio
19: São Conrado
20: Beatos Francisco e Jacinta
21: São Pedro Damião
22: Festa da Cátedra de São Pedro
23: São Policarpo
24: São Sérgio
25: Santa Valburga
26: São Porfírio
27: São Gabriel das Dores
28: Santos Romão e Lupicino

Livros para a Quaresma

Quaresma e Páscoa em Família 2018
FRATERNIDADE E SUPERAÇÃO DA VIOLÊNCIA
“Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8)
No material você encontra cinco roteiros sobre a Quaresma, a Páscoa e a CF 2018, orações, cantos, mais a Via-Sacra.

Quaresma e Páscoa – Como celebrar?
Quaresma e Páscoa são tempos litúrgicos que contêm o ponto central da vida cristã, o Mistério Pascal: Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. O povo de Deus tem grande sensibilidade em relação aos acontecimentos finais da vida terrena de Jesus. Em grande número, comparece às celebrações, quer entendê-las, gosta de participar. Aos que desejam aprofundar o conhecimento dos mistérios cristãos e participar mais ativamente das ações litúrgicas, este livro traz o sentido profundo de cada celebração, faz propostas concretas para dinamizá-la e põe em destaque seus aspectos simbólicos.

Celebrar o Ano Litúrgico – Quaresma e Semana Santa
Com base no calendário do Ano Litúrgico, esta obra apresenta aos leitores, de forma  rápida e objetiva, como preparar e celebrar a Quaresma e a Semana Santa. Afim de que todos possam conhecer mais sobre esses dois períodos de grande importância para a Igreja e vivenciá-los como verdadeiros cristãos. O livro ainda conta com sugestões litúrgico-catequéticas de grande valor para equipes de liturgia, ministros da Palavra, catequistas e todos que atuam nas celebrações desses períodos.

Downloads

Imagens de crianças para usar na catequese (desenhos):

Jogo da memória para crianças:

Mais sobre a catequese na CF 2018

soucatequista.com.br
Adaptação, ilustração e revisão
Portal Kairós

Violência e o narcotráfico – Formação CF 2018

Em 1983 o tema da CF foi “Fraternidade e Violência” e em 2009 o tema apresentado abordou “Fraternidade e Segurança Pública”. A violência no Brasil cresceu assustadoramente nos últimos vinte anos. A CNBB através da Campanha da Fraternidade afirma: “Apesar de possuir menos de 3% da população mundial, nosso país responde por quase 13% dos assassinatos no planeta”. Em 2014, “o Brasil chegou ao topo do ranking, considerado o número absoluto dos homicídios”. Foram 59.627 mortes, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), (cf. CF, p.15).

A CF deste ano afirma que: “O narcotráfico movimenta mais de 400 bilhões de dólares por ano, sendo um dos setores mais lucrativos da economia mundial. A guerra às drogas criminaliza o pequeno varejista e o usuário e favorece os grandes empresários de drogas e o sistema financeiro internacional. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), em 2008, cerca de 352 bilhões de dólares do comércio de drogas foram absorvidos pelo sistema bancário do planeta” (cf. op. cit. p.37). Dados da Secretaria Nacional Antidrogas e do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes indicam que no Brasil há entre 20 e 30 milhões de viciados em álcool, contra 870 mil dependentes de cocaína (cf. op. cit. No. 108).

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil através da Campanha da Fraternidade deste ano afirma que “o combate às drogas tornou-se uma ação articulada por vários paísesutilizando-se de uma estratégia de guerra, camuflada de política de segurança pública, com outras políticas de criminalização de pobres, negros e usuários, resultando na ocultação e proteção daquelas que produzem e distribuem as drogas, ou seja, os barões desse comércio internacional” (cf. op. cit. No. 110, p. 37). Os bispos infelizmente não aprofundaram mais sobre essa afirmação pois deve ser levada ao conhecimento dos Governadores de Estados e do Governo Federal do Brasil.

Os bispos terminam o trecho do documento da Campanha da Fraternidade de 2018 sobre “Violência e Narcotráfico” com estatísticas chocantes. O texto-base da CF afirma: “O impacto do aprisionamento em massa decorrente do tráfico de drogas se tornou um problema mundial devido a guerra às drogas. Segundo a London School of Economics, 40% dos nove milhões de presos em todo o mundo foram aprisionados em razão do comércio e de uso de substâncias consideradas ilícitas” (cf. op. cit. P, 38). Este trecho do texto-Base termina com as seguintes estatísticas do Departamento Penitenciário (Depen) que causa preocupação: “67% dos presos no Brasil são negros, 56% têm entre 18 e 29 anos de idade, e 53% não completaram sequer o Ensino Fundamental. No caso de encarceramento feminino 63% das mulheres estão presos por tráfico de drogas” (cf. No. 114 do op. cit.).

No acompanhamento aos usuários de drogas, a Igreja Católica e suas entidades que trabalham neste sentido estarão sempre ao lado do dependente para ajudá-lo a recuperar sua autoestima e vencer esta enfermidade.

 Mais formação:

Pe. Brendan Coleman Mc Donald
Missionário Redentorista
Fortaleza (CE)

Igreja do Rio Janeiro clama por paz em evento que marca a abertura da CF-2018

Atendendo ao apelo dos Bispos do Regional Leste 1 – CNBB, as dioceses do Estado do Rio de Janeiro realizarão no próximo dia 17 de fevereiro a Abertura da CF-2018.

 
Marcas da violência

O Rio de Janeiro vem sofrendo com os diversos casos de violência, os números de assassinatos e assaltos são crescentes. A violência atinge até mesmo os agentes de segurança que levam a população a um clima de medo e tensão. A falência do Estado contribui significativamente para o agravamento dessa problemática e em meio a esse caos não se vê luzes em meios às sombras.

CF 2018

Nesse ano a Campanha da Fraternidade traz como temática central a superação da violência, visando construir a fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação, à luz da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência. O lema foi extraído do Evangelho de São Mateus, “Vós sois todos irmãos”. Pois o Texto Base da campanha mostra que somente abandonando uma visão egoísta e assumindo o cuidado pelo outro é que somos capazes de superação a violência.

Abertura da CF

No Regional Leste 1 as dioceses uniram-se para juntas realizarem o evento de abertura da Campanha da Fraternidade. Será no sábado, 17 de fevereiro de 2018, a partir dás 8h na Catedral Metropolitana de São Sebastião que fica na Avenida Chile, centro do Rio de Janeiro.

Programação do evento:

-08h: Chegada e concentração

– 08h30: Entrada das Dioceses

– 09h: Celebração Eucarística presidida pelo Cardeal Orani João Tempeste e concelebrada por todos os bispos do Estado do Rio de Janeiro (com transmissão da Rede Vida)

– 10h15: Coletiva de Imprensa. Do lado de fora, na Praça, acontecerão atividades culturais com o Coral População de Rua, Grupo Luar de Dança, Casa do Menor São Miguel Arcanjo e o Grupo da Pastoral Afro de Volta Redonda.

– 11h: Leitura da Carta do Regional Leste 1

-12h: Encerramento

Encontros catequéticos para as crianças sobre a CF 2018

  1. Programa Pastoral da Criança Rádio

Prepare encontros catequéticos sobre a Campanha da Fraternidade

Durante a Campanha da Fraternidade, as crianças ocupam lugar-chave e estratégico na divulgação, propagação e reflexão do tema “Fraternidade e superação da violência”. Geralmente, as crianças levam para casa os argumentos estudados nos encontros catequéticos e, assim, ajudam os adultos a refletir sobre o assunto.

Mas como trabalhar o tema da CF 2018 nos encontros catequéticos?
Confira algumas sugestões abaixo:

Comece com uma história

Crianças – e adultos também – gostam muito de histórias. Nada melhor do que criar uma narrativa envolvendo algum personagem dentro do contexto do tema da Campanha da Fraternidade. Aproveite o lema da campanha “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8) e conte uma história sobre um personagem que sofre discriminação – que é uma forma de violência muito comum. Destaque os sofrimentos do protagonista por ser rejeitado e a maneira como ele enfrentou essa dificuldade. A moral da história deve ressaltar às crianças que não podemos discriminar ninguém, pois todos somos irmãos.

Jogos educativos

São inúmeras as formas de violência às quais estamos expostos diariamente: fome, violência física, verbal, racial etc. Que tal fazer com as crianças o “jogo do antônimo”. Funciona assim: escreva em pequenos papéis palavras sobre violência. Uma palavra para cada papelzinho. Coloque tudo em um pacote. Cada criança vai sortear uma palavra e o restante da turma terá que dizer uma palavra antônima para anular aquela forma de violência. Por exemplo: se a palavra sorteada foi “xingamentos”. Pode-se responder com “elogios”, “diálogo”. Anote no quadro a palavra sorteada e todos os antônimos encontrados para aquela atitude de violência. No fim, converse com os catequizandos sobre a diferença que podemos fazer no cotidiano quando, ao invés de uma atitude de violência, promovemos a cultura da paz.

Reflexão

No próximo encontro, apresente para as crianças dois cenários. A casa da “família tranquila”, onde todos vivem em paz apesar de suas diferenças. E a casa da “família tormenta”, onde moradores não se respeitam e não têm paciência uns com os outros. Crie situações de paz para a família que vive na paz e de conflito para a família tormenta. Em seguida, pergunte às crianças com qual dessas famílias elas se identificam, ou sob o exemplo de qual dessas famílias elas querem viver. Por fim, conversem sobre que atitudes devemos ter para ter um lar de paz e sossego, apesar das dificuldades.

Monte uma peça teatral

Agora é hora de os pequenos entrarem na história. Crie um roteiro para a apresentação de uma peça teatral. Envolva os elementos da CF 2018, destacando a diferença entre atitudes de paz e atitudes de violência. Monte, por exemplo, uma história com dois fins. Um dos finais com desfecho negativo. E outro final, para a mesma história, com desfecho positivo. A ideia é fazer com que todos reflitam sobre as atitudes do dia a dia, sobre como o nosso comportamento e atitude pode determinar o desenrolar dos fatos.

Feito o roteiro, ensaie com as crianças e convide os pais ou responsáveis para assistir à apresentação. Provavelmente levarão uma mensagem de paz para casa.

Faça a diferença

Prepare encontros catequéticos dinâmicos e aproveite a Campanha da Fraternidade para gerar novas ideias de como trabalhar com as crianças. Lembre-se de que elas são importantes para mudar o futuro da nossa sociedade. A cultura da paz promove a paz.


CNBB

Adaptação, ilustração e revisão
Portal Kairós

A CNBB “volta” no tema da violência já tratado em 1983

  1. Arquidiocese da Paraíba Rádio

Este ano a Campanha da Fraternidade realizada anualmente pela Igreja Católica, aprofundará a reflexão e discussão de um tema importante e um dos mais sérios desafios que o Brasil e a população em geral enfrentam neste momento.

O tema da Campanha será: Fraternidade e superação da violência e o lema: Vós sois todos irmãos, realidade esta que deverá ser analisada a partir da Doutrina social da Igreja.

Em 1983, a CNBB também inseriu este mesmo desafio em sua Campanha da Fraternidade, com o tema “Fraternidade e violência” e o lema: fraternidade sim, violência não. E desde então, a questão da violência esteve presente de forma direta ou indireta em todas as demais campanhas.

Cartaz de 1983

Para que este desafio, a onda de violência e de insegurança que assola o país de norte a sul, de leste a oeste, nas grandes metrópoles, cidades médias ou pequenas, possa ser enfrentado com seriedade e de forma eficaz, precisamos estimular a participação das pessoas nesta discussão e na apresentação de propostas concretas que sirvam de base para a ação de governo.

Como a campanha da Fraternidade abrange dezenas de milhares de Arquidioceses, Dioceses, prelazias, paroquias, comunidades locais e milhões de pessoas, além de diversas instituições públicas e organizações não governamentais, este é um momento mais do que oportuno para que este tema faça parte da agenda de discussão de nosso país, a começar pelas paróquias e comunidades de base, onde de fato o povo vive, sofre e esperneia ante o caos dos serviços públicos, como saúde, segurança pública, saneamento básico e educação, dentre  outros.

Além disso, como este será um ano de eleições gerais, para Presidente da República, Governadores, Senadores, Deputados federais e estaduais, todos ávidos por apresentarem seus “planos” e propostas para solucionarem os grandes desafios nacionais, este também é um momento apropriado para que os partidos políticos e os candidatos dediquem uma atenção maior para que a questão da violência seja um ponto central das propostas e sugestões para políticas públicas nesta área.

Só vamos superar a questão da violência quando for feito um correto diagnóstico da situação e elaborados planos nacionais, estaduais, municipais e locais de segurança pública, tendo a integração entre os diversos níveis de poder e de governo e o compartilhamento das responsabilidades e recursos necessários para que o Brasil possa enfrentar de verdade o problema da violência em todas as suas dimensões e variantes.

Portanto, a Campanha da Fraternidade de 2018, será um bom momento e uma ótima iniciativa para que população discuta, reflita de forma crítica e criadora e ajude a encontrar as saídas para este desafio.

Não podemos deixar apenas nas “mãos” dos governantes e políticos a solução desses grandes desafios nacionais, principalmente se considerarmos o descrédito, a demagogia, a corrupção e fisiologismo que tem marcado o cenário político e administrativo de nosso pais, além do preceito constitucional de que o poder emana do povo, ou seja, o povo, os eleitores e contribuintes são a única fonte do poder!

JUACY DA SILVA
Professor universitário, aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de jornais, sites, blogs e outros veículos de comunicação.
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